No esconderijo penso na minha vida vazia
de cores, de sorrisos, vazia de tudo.
Feito pó, ingrata,
engolida por uma ilusão.
O gosto está amargo e envelhecido na boca.
O fervor, a menina em mim se perde no dia
quente de verão,
espero a noite doce,
me guardo na sombra do próprio corpo,
aqueço a morte por um momento.
O crepúsculo pode retomar no dia seguinte,
estarei lá na minha cova e
não mais perturbarei,
não mais zombarei dos esqueletos que me rondam.
Estarei sem pele, sem músculo, sem cor.
Minh’alma estará por aí,
dançando entre cadáveres e
meu corpo estará lá,
no esconderijo.
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