
Velhos recortes,
antigas fotografias que recordo,
aqueles traços que eram jovens,
de formas tortas no álbum de família.
Sem palavras rimando,
apenas recortes que me apunhalam pelas costas,
trazendo amargas lembranças.
Essas simples fotografias,
algumas em preto e branco,
disfarçando sensivelmente minhas rugas.
O tempo passa rasteiro, sem piedade,
o fervor já não existe,
as mãos apenas tremem
e se calam para uma sinopse
de o novo álbum.
Moldar os retratos,
um castigo que me afago.
Contemplo o pouco que resta,
um viver que ainda corre neste sangue ralo.
Não cabe mais a mim fazer poses para a velha máquina,
as recordações nos recortes restam,
nelas retorno aos instantes em que mais vivi.
As velhas imagens estão embaçadas,
e o colorido é somente agora na memória,
só noutra vida não lembrei mais.
Um comentário:
Um dia ainda vou aprender a escrever assim... Se vou!
Beijo grande do seu fã.
Postar um comentário