
A bela jovem está deixando os sonhos,
também a força de viver,
de sorrir,
de sair correndo na chuva,
como fazia quando criança.
Está deixando marcas nos lençóis agora,
gosto salgado de lágrima no rosto,
todos os rascunhos e poemas,
umas simples poesias e contos,
no caderno preferido.
A ironia de querer ir à Paris,
de entrar de branco na igreja ou
de usar um sobrenome diferente
de Souza.
Toda a ganância de ganhar
o mundo está deixando, também
a vontade de brincar com os netos.
A felicidade deixou sair pela porta
da frente,
ela merece sair do cativeiro.
Todos os planos foram em vão e
conquista nenhuma houve.
Gritar e calar se enfrentam no
momento e a vontade de ir embora aflora.
Despedida de um corpo que já
não é matéria,
sentimentos loucos e memória fúteis
está deixando para alguém como herança.
E a lembrança das noites sem sono,
deixa para alguém que não vê o dia,
alguém que rabisque traços
mais perfeitos que os que ela desenhou.
Hoje já não faz mais gosto e
tudo que derramou se transformou em pó,
assim como seu nome que sopra
por aí, neste deserto que se chama vida,
E o embalo forte do vento da noite,
se dispersa ecoando Ana, Ana, Ana...
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