Sou ronda de uma vida inteira,
contratempo do tempo,
insônia, desespero da noite...
Sou cadáver de um passado
torturante e cruel...
Sou o amor que não se acha na guerra,
vida que não existe para viver,
palavras feias que machucam,
pedra no meio de um jardim,
sou vento no deserto à procura de alguém,
banco de espera em um hospital,
cabine de polícia no pé de um morro qualquer,
sou assim,
bebida amarga e vinho envelhecido,
guimba de cigarro no cinzeiro de um viciado...
Pareço com o amanhecer de uma menina
virgem, pré-vestibular, sei lá o quê...
O bem e o mal,
sou brecha na janela do vizinho,
fogo e espinho,
sou assim...
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