Suzana e César são vizinhos e grandes amigos, Suzana tem apenas 8 anos e César 10 anos.
Fazem um pacto de se casarem na igreja, ela com um belo vestido branco, com alguns brilhantes e um buquê de rosas vermelhas e ele com um cravo na lapela e bastante gel no cabelo. Cortaram os dedos indicadores e chuparam o sangue que escorria. Depois deste pacto feito, voltaram para o quintal e retornaram para a brincadeira.
Mal dava nove horas da manhã, César já estava na porta de Suzana, com sua possante bike, chamando-a para passearem perto do lago, César queria fazer uma surpresa a sua noiva.
Chegando ao lago, o menino apaixonado presenteou a amada com um anel, embora fosse de morango e a argola de plástico, Suzana adorou a surpresa, colocou o anel de noivado no dedo e claro, não resistiu ao cheiro delicioso do presente e se pos a comê-lo...
Os anos passam, os noivos apaixonados crescem...
Suzana uma jovem professora do jardim, dedicada ao trabalho e uma filha exemplar, César um mecânico magnífico, aprendera a profissão na época em que fora dispensado do quartel pelo excesso de contingente.
Agora já crescidos e mais ainda apaixonados, resolvem por em prático o sonho de meninos.
Começa então todos os preparativos para o casamento...
As famílias dividiram as tarefas, os convites foram entregues um a um, pessoalmente.
Suzana não agüentava mais de tanta ansiedade, seu sonho estava perto de se concretizar, receberia um anel de verdade...
A festa estava sendo preparada na beira do lago, é o lugar que eles mais gostam, o altar perto da “árvore da felicidade”, onde tem o nome dos pombinhos gravado e um coração em volta, algumas palavras miúdas que dizem: “Nem a morte nos separa”.
Falta somente uma semana para o casório... César sai para trabalhar no horário habitual e quando está parado no sinal vermelho, vê uma senhora sendo assaltada por um moleque, sem pensar em conseqüências, César sai do carro e corre atrás do moleque malvado, eles corriam pela via, desviavam das pessoas que passavam, corriam, corriam, até que César consegue alcançar o gatuno, puxa a bolsa da senhora da mão do menino e neste momento recebe uma facada, lentamente cai no chão...E seu olhar era somente no menino que se pos a correr novamente, perdendo-o de vista...
César ficou ali, imóvel...E um amontoado de pessoas em sua volta...Um rapaz da loja em frente segurava o corpo do corajoso jovem e tentava não deixar o sangue cair...César fechou os olhos e seu pensamento era na “árvore da felicidade” e de Suzana toda de branco sorrindo...E César neste momento estava morrendo...Morrendo...
Suzana não suportou esta notícia e pela manhã, colocou seu vestido de casamento, ajeitou bem o buquê nas mãos e se atirou no lago...
Uma semana depois...
Os familiares estão saindo da igreja, todos tristes, a mãe de Suzana chorando...A mãe de César chorando...Acabou de ocorrer a missa do sétimo dia da morte dos noivos...
O céu neste momento está em festa, todos se levantam e a noiva caminha em direção ao altar, próximo ao lago, todo em flores, um belo tapete vermelho, Suzana com seu vestido branco e um buquê vermelho, ela sorria...E César com bastante gel no cabelo e um cravo na lapela, segurou na mão da noiva e beijou-a na testa e disse ao seu ouvido: - Bem vinda, esta é a nossa “árvore da felicidade” e nem a morte nos separa”.
O casamento está acontecendo...Os anjos cantam e ao invés de doce, Suzana ganha um anel de verdade...
3 comentários:
Amiga...coitada da Suzana...é, até que valeu a pena.
beijos
Ana
Bem contada a estória, ou será história. Certamente casos semelhantes acontecem na vida real, infelizmente. E o pior que continuarão acontecer. É um texto bom pra se refletir. E se fosse verdade? E se fosse com a gente?...Parabéns Sulla.
Olá Sula gostei do conto e da ilustração. Consegui abrir. Continue a escrever contos românticos. Parabéns.
Marinalda (sogra)
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