Cheguei! Esta foi a
palavra que gritei ao chegar em casa. Uma simples palavra, uma exclamação em
caixa alta em minha cabeça, em mim completamente. Já era noite, e bem tarde...
Quando cheguei em casa. Mais o coração queria voltar. Entrei em uma família
recentemente, Midnight Riders. Tem homens de quase 3 metros de altura? Tem sim.
Mulheres de quase 2 de altura? Também tem. Motoqueiros selvagens? Nunca. Nosso
destino era Gramado.
Embora em minha cabeça
o preconceito, um preconceito que tinha um tempo atrás. Sempre que via na
estrada aquelas enormes máquinas, de todos os tipos e cores... Nossa! Tinha um
medo enorme. Pensava que eram arruaceiros, monstros vindo de um bar do
subúrbio. Como eu me enganei a vida inteira. O que a ignorância é capaz de
fazer conosco, devido a isto, deixei de participar de grandes encontros. Sempre
fui amante de moto, desde que era moça ainda. Na minha juventude, eu tive uma
moto, eu não pilotava, pilotavam pra mim. Sempre gostei da sensação de
liberdade, de sentir o vento sobre o corpo... Faz um ano que meu esposo comprou
uma moto. Não estou falando da ¨Neozinha¨ não, estou falando da Midnight Star
XVS 950 da Yamaha, uma belezura de moto.
Fizemos uns breves passeios, fomos a
Campos do Jordão e Piracicaba em SP, somente. Meu esposo Henrique se inscreveu
neste Fórum, dos Midnight Riders. Uma família realmente maravilhosa e das
grandes. Tem gente de todo o canto e de todo o jeito. Inscrevemos-nos para um passeio rumo a Gramado
no Rio Grande do Sul. Ui! Isto mesmo, uma semana viajando. E eu adoro viajar...
Conhecer lugares, pessoas e seus costumes, saborear a culinária local,
fotografar! Pra mim foi um ¨prato cheio¨
e me lambuzei neste espetáculo de rodar na estrada.
A gente aprende muito
quando viaja, e esta foi uma grande experiência, uma lição pra mim, além das pessoas maravilhosas
que conheci, soube de suas histórias e delícias, das fraquezas e das grandes
alegrias. Um conjunto encantador, um livro paginado em minha cabeça, com letras
magníficas e figuras desenhadas e pinceladas extraordinariamente. Vi muitas
coisas ruins, como nossas estradas e seus buracos, as obras inacabadas ou
trânsitos por causa de acidentes, isto é comum no nosso dia-a-dia, vi nesta
viagem não somente as lindas paisagens, os verdes mais intensos ou vales mais
lindos aos meus olhos, vi muito além disso tudo, pude ver tantas coisas, que
acho que não conseguirei explicar, porque não se explica coisas da alma assim
de qualquer jeito.
Me entrosei intimamente. Refleti em cada nuvem que me
acompanhava, em cada sinalizar de braços dos meus companheiros de viagem. Acho
que o que eu senti, foi tão profundo, que pensei nunca existir tamanha sensação
de felicidade. Não falo do belo de um cabelo pintado, ou a cor de uma bandana
na cabeça, falo de uma beleza tão bela que se pode ter muitos nomes...
Respeito, solidariedade, amizade... Somos importantes nesta família, eles nos acolheram e nos
orientaram em todo o percurso, nos ajudaram... Também nos ajudaram interiormente.
E estou muito feliz em poder dividir com vocês esta experiência espetacular,
que levarei em mim, pelo resto da minha vida. Descobri que somos parte da moto,
que depois que se tem intimidade com ela, o respeito mútuo, a viagem fica mais
gostosa e simplesmente emocionante.
E assim tem sido conosco, uma busca
por este tipo de viagens cada vez mais e
mais. E cheguei em cassa querendo simplesmente... Voltar. Mais nós fomos. E
tudo começou assim...
CONTINUA...
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