Costumes Indígenas
Gravura de Theodore de Bry feita por volta de 1540.
Gravura de Theodore de Bry feita por volta de 1540.
Por Sulla Mino
Uma pitada
Uma pitada de amor,
uma pitada de carinho,
500 ml de adoçante,
uma colhar de lágrima...
Uma pitada de paixão,
uma pitada de medo,
200 ml de solidão,
uma colher de sorriso...
Uma pitada de emoção,
uma pitada de doçura,
1 l de romance,
uma colher de namoro...
Uma pitada...
somente vale nosso amor.
Por Sulla Mino
Insônia
Deserto toda a minha calma,
com sombras, vultos calados na janela,
paisagem caduca, triste feito guerra,
ilha, morte, silêncio...
Ajoelho-me na insônia, na mágoa,
pensamentos de barro...
As minhas súplicas rudes,
não posso fugir, não posso ir...
o que fazer com meus pequenos momentos?
Os fantasmas me enfeitam,
queimam o cigarro da noite,
roem caminhos, pisam pétalas,
colhem folhas que caem,
sinto medo,
como o andar de um bêbado,
meus gritos, meus palavrões...
deixei cair a parede que me guardava,
estou acompanhada da minha velha amiga,
a solidão,
argumentos pequenos demais
uma madrugada,
insônia...
Por Sulla mino
Ausência de um amor
Nesta ausência que me excita,
te tenho à minha vontade,
numa tua vontade infinita,
teu nome vivo dizendo,
queimando os lábios, meu amor...
Eterno e sereno, canto e dor,
a minha vontade é fria,
ainda que tardia,
reflita que a tristeza nos dá tanta alegria,
passo horas
repassando o filme de nossa vida,
por que a felicidade tem mais sabor
quando morta?
Do amor não goza a poesia,
nem da distância,
converso comigo no meu
sonho diverso, a te supor,
muito mais que um grande amor,
me dói este momento,
como um canto lírico no ouvido,
é saudade que sinto
de um amor , partindo...
Adélia Prado
Com licença poética
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
CENTAURO
é escultura
esculpida
pelo tempo
A outra metade
brilha errante
no céu
Inteiro,
sou mito,
mistério antigo
que virou estrela
depois de sofrer
as dores
humanas
*[Para o "Centauro" Roberto Joaldo]
Um comentário:
Menina, seu blog tá uma beleza... parabéns!!!
Postar um comentário