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Vejo um vulto escondido atrás de velho morro,
ouço um grito inquieto vindo de lá, cessante e bem agudo,
ofereço ajuda com palavras finas de minha boca tímida,
estava descalço naquele chão quente, longe de casa, terrível medo e dor.
Recitei meus versos, no meu linguajar maduro, bem ligeiro,
tornei-me pleno e voraz naquele instante, sinistro momento,
minha sombra se esconde, em volta de mim ecos, ecos somente.
Uma música teria feito mais efeito, uma voz um tanto rouca talvez.
Era a morte que apareceu tão bela e sorridente pra mim,
fez um aceno, fazendo escurecer o céu com nuvens cinzas,
o morro tremia, o vulcão nascia, larvas tomavam o morro a baixo,
brilhavam feito pedras de brilhantes e tinha um barulho ensurdecedor.
O pequeno vale se transformava em treva, meu lábio tremia, mudo,
torcia para minha coragem correr dali,
o inferno tomava conta, trazia a tona velhos deuses,
almas gritantes em desespero, eu temi novamente.
Num giro mágico, encontrei-me à frente de um abismo,
minha lucidez virgem, meu pensamento ausente,
minhas mãos frias desapareciam feito pó, depois todo o corpo,
era o encontro com o mestre, eu já não era um sábio homem.
Em minutos o silêncio reinou devagar, tudo já era em forma de flores,
o abismo se tornara um imenso espelho e eu pude me jogar,
as almas dos meus deuses evaporavam no céu,
eu tomava um outro corpo, sem formas exatas, sem cor e lindas asas.
A morte tomava outro rumo, indo ao Norte,
eu seguia pelo céu tomado de estrelas,
era o caminho mais curto agora.
A morte e eu, tentando chegar ao encontro com Deus.
2 comentários:
Deveras questionador. Mas o poeta vez em quando é submetido a isso. Ao reflexo de sua própria alma. Esteja sempre preparada. Parabéns!
Lindo texto Sulla. Bastante reflexivo. Parabéns!!!
Bjos.
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