Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

Poesia por Sulla Mino...Entre Lençóis


Entre os lençóis macios do tempo

o amor se esconde da noite,

pensa na morte, que pode puni-lo.

Mas os lábios se beijam,

ali, carinhosamente juntos.

A deusa sorri, rimando o momento,

movimentos, versos.

O medo tira do corpo suado o desamor,

feito sapatilha da dançarina noviça.

Rebele a pele,

arrepie o pudor.

Entre os lençóis,

torna-te bela como a lua clara no céu,

no véu que o dia esconde.

As paredes do quarto testemunham,

o choro farto, o tédio muito da melancolia.

A morte sussurra um adeus,

o medo adormece naquele quarto,

entre os lençóis macios...

Um comentário:

Anônimo disse...

A fragilidade em que se veste o amor torna cada verso cheio de sofridas apreensões. O ato, em si, talvez seja o alento ou, no pior dos casos, a tentativa de que essa morte não chegue tão cedo, quem sabe, possa ela se afastar, de vez, de quem persiste na velha esperança de resolver, com os corpos suados e bocas ávidas, o desgaste que o tempo impõe aos mortais.
Abraço,s
Raí

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