Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

Carta para DEUS_1


Deus! Sei que és muito ocupado, com uma enorme lista em suas mãos, de toda a humanidade. Talvez não tenha um tempinho de sobra pra mim, mas também sei que minhas palavras não serão em vão. A vida não é tão bela assim aqui embaixo. Me pego, muitas vezes, em minhas manhãs vagas, a pensar no bem e no mal, no certo e no errado, no que fazer e o que não devo. O pensamento do ser humano é realmente perverso. Crio pensamento estranho e aventureiro dentro de mim. Em todas as tentativas vãs, estas míseras vezes, em que realmente sou eu, uma pessoa verdadeira, pelo menos comigo mesma, as tentativas são inúteis. Perco quantas vezes desejei não sentir tanta coisa assim, às vezes coisas miúdas, aquelas bem simples, outras não. Desejar morrer ou matar alguém.
Na verdade, todos nós em algum momento da vida desejamos isto. Estes corruptos, os incrédulos, os assassinos, tantos governantes insanos e covardes, tanta gente cruel por aqui. Aceitamos fazer parte de todo um contexto ou não, a encruzilhada ainda é a pior parte deste viver, destas dúvidas interior.
O que poderei fazer para mudar algumas coisas? Gostaria de humildemente me conceder um pouco de poção? Não falo destas poções de bruxarias existentes por aí, sem significativas ou justificativas.
Gostaria de um pouco de poção com uma moderada pitada de fantasia, de verdade. Pode ser uma de efeito interior, onde eu pudesse me sentir mais forte e poder fazer as mudanças necessárias aqui na Terra. Conseguiria transformar as armas em pó, as bombas, os tanques de guerra. Abominaria o linguajar tosto, até mesmo os palavrões. Acabaria com a fome, as doenças. Faria nos incríveis campos que temos lindas mansões, aquelas de quarto e sala que todo assalariado deseja e certamente multiplicaria a água. Muitos tentam alguma coisa, poucos conseguem, realmente aqui somos uma minoria, uma minoria fraca, desbravadores cansados, estamos velhos e exaustos.
Eu conseguiria mais juventude, fervor, mais ambição na alma humana. Transformaria as blasfêmias em orações, o preto e branco em coloridos, o céu mais azul e as manhãs sempre ensolaradas. As letras tortas no papel teriam mais graça e deixaria as crianças tomarem sorvete todos os dias de suas vidas.
Estar em casa teria mais sabor e não precisaríamos nos lotar no metrô em dia de semana. Eu poderia conquistar outro planeta e fazer dele nosso parque de diversão, teríamos mais cientistas, médicos, poetas...Ah Deus, como tem coisa para se consertar por aqui, acho que teria de explodir tudo e recomeçar, de um jeito novo e diferente.
Vão dar trabalho todas estas mudanças e acho que teríamos de preparar um grande espetáculo e contratar mais palhaços. Transformar tudo em um grande quadro, não seria uma má ideia e mandar as crianças pintá-lo, seria legal pincelar novamente o grande paraíso, pelas mãos das crianças com menos de dez anos, seria interessante. I
magina Brasília, o palco de uma grande batalha, com monstros e personagens infantis, estes de sucesso como o Bem 10 e Naruto. Já está assim né? Tenho de aprimorar minha imaginação, por enquanto, desejo esta incrível poção que o Senhor tem preparado e guardado aí no seu baú dos segredos e se achar que realmente não sou capaz de manusear humildemente poções, componentes e substâncias, tudo bem, não irei me magoar.
Somente quero mudar o mundo, este nosso lar, só um pouquinho, prometo começar devagar. Quero magicar.

-- --> PIPER PA-22 TRIPACER PT-ZUE (Parte II)

“... Então eu mostrei que a capa do pitot estava no lugar e que eu tinha deixado lá de propósito. Chequei o tráfego, o vento e apliquei toda a potência, após a corrida normal ele saiu do chão e como combinado após alguns metros reduzi o motor e pousei deixando ele correr até o final da cabeceira 28.

Ao chegar no final da pista não sei bem porque resolvi checar novamente os magnetos, acho que com as corridas imprimindo toda a potência alguma vela que por ventura estivesse suja limpou e a queda voltou ao normal com o funcionamento bem redondo.

Enquanto estava retornando para a cabeceira 10 o telefone tocou, era meu compadre Ronaldo de João Pessoa, Ricardo assumiu o taxi, e eu disse-lhe que estava dando umas corridas na pista com o avião de pai e que ligaria depois, então ele desejou bom voo pensando que eu iria voar, mas na verdade eu não estava pensando em sair da pista até aquele momento. Durante o taxi comentei com Ricardo, agora está tudo funcionado normalmente, então ele disse -”. esse avião nunca negou fogo, vamos checar mais uma vez para confirmar? E se você quiser tiro a capa do pitot. Senti meu coração acelerar e a adrenalina tomar conta do meu corpo, então comecei a analisar a situação para poder tomar uma decisão.

Chequei os magnetos novamente e os mesmos permaneciam funcionando normalmente, chequei os comandos, seletora, vento mais ou menos aproado, coisa rara no Aeroclube de Campina Grande, e principalmente após esse pequeno voo sobre a pista, eu estava agora me sentido mais confiante para pilotar aquela máquina, mesmo depois de mais de cinco anos sem voá-la. Senti que aquele era o momento certo, tudo estava conspirando para que aquele voo desse certo. Então perguntei a Ricardo vamos lá? E meu companheiro de cabine que tem no seu sangue o vírus Aerocócus sem exitar disse - vamos lá, vou tirar a capa do pitot.

Enquanto ele foi retirar a capa, fiz uma rápida oração pedindo proteção ao criador e ao meu pai, para que ele me ajudasse na pilotagem, e que estivesse junto conosco passando toda a experiência que ele tinha naquele avião para que tudo desse certo. Ricardo entrou colocou o cinto fechou a porta checamos o tráfego, o vento e iniciei a decolagem pedindo para Ricardo observar os instrumentos, a qual depois da corrida normal se fez sem nenhuma anormalidade como sempre o fez.

Após os quatrocentos pés, recolhi o flap, efetuei a redução, verifiquei os instrumentos do motor, olhei para a esquerda e iniciei a curva para ingressar na perna do vento da 10 e permanecer no circuito de tráfego. Ao ingressar na perna contra o vento da cabeceira 10 a emoção tomou conta da cabine, sem darmos uma palavra e apenas olhando para o meu companheiro vi que ele estava assim como eu com os olhos cheio de lágrimas, pois estávamos voando a paixão do meu pai, aquele avião clássico que era a cara do verdadeiro Cmte. Gama. Apenas consegui dizer uma coisa, ele deve esta sentado aqui atrás conosco. No tráfego seguinte Ricardo apenas com gestos me pediu para pilotar o avião e compartilhar comigo aquele momento tão especial. Após completar mais um circuito ele me entregou os comandos e então prossegui para o pouso. Perna do vento próximo ao través da cabeceira 10 comandei um dente de flap reduzi a potencia e começamos o voo descendente, perna base checamos a final livre e então interceptei a final comandando o segundo e ultimo dente de flap, acho que pai estava mesmo conosco, pois a aproximação e o toque suave naquela bela pista de grama agora muito bem cuidada pelos colegas aviadores da aviação desportiva foi muito tranqüilo, como se eu estivesse voado o avião a pouco tempo. Após o toque enquanto o avião diminuía a velocidade Ricardo ainda tomado pela emoção começou a aplaudir e vibrar e eu o segui na comemoração, pois sabia que aqueles aplausos não eram pelo pouso que fiz e sim pelo significado da conclusão daquele voo que na realidade era uma homenagem ao meu pai.

Mais uma vez ao taxiarmos lentamente para o pátio a emoção tomou conta da cabine, apertei sua mão e agradeci por estar comigo naquele momento, pois Ricardo foi um dos grandes amigos que meu pai fez na aviação. Obrigado meu amigo, tenho o prazer de te-lo hoje como amigo tanto dentro como fora da aviação.

Após cortarmos o motor já haviam chegado várias pessoas e alguns colegas da aviação que preparavam seus aviões para fazerem seus voos de final da tarde. Ao desembarcarmos todos nos cumprimentaram e nos parabenizaram por ter colocado o ZUE novamente no seu lugar, que é a imensidão do céu. No dia seguinte fui logo cedo para o aeroclube e apenas na companhia do seu Louro fiquei toda a manhã lavando e tentando mudar aquela imagem que vi no dia anterior.

Acho que consegui, pois ao terminar verifiquei que o avião agora estava outro, fazendo parte do grupo de aeronaves que estão em condições de voo no hangar do Aeroclube de Campina Grande - SNKB. Deixo um forte abraço a todos, pedindo desculpas pelo texto ter ficado um pouco longo, mas não poderia deixar de registrar esse momento de muita emoção na minha vida. Como diz meu amigo Cmte. Jackson, muita saúde e paz para todos. Fernando de Castro Gama.”


Por: Cmte Gama (João Pessoa-PB)

--> Árvore da Felicidade

“A Árvore da felicidade só traz felicidade quando é dada,

nunca quando é comprada”

A sabedoria chinesa nos ensina que devemos aproximar os seres humanos da natureza. Por isso, nada mais auspicioso e cheio de vida do que um elemento natural e verde dentro de um ambiente. Claro que é preciso escolher as plantas, flores e árvores, de acordo com o lugar e suas variações de iluminação, umidade e ventilação. Mas, existem pequenas árvores capazes de fornecer ótimas energias e uma delas é a Árvore da Felicidade.

Existem dois tipos: uma com folhagens mais finas e recortadas e um tom de verde mais suave, considerada "fêmea". E outra com folhagens mais arredondadas, como as folhas de uma salsa, e um verde mais escuro, considerada "macho". A árvore fêmea, POLYCIAS FRUTICOSA, de origem: Polinésia Índia e Malásia e a macho, POLYSCIAS GUILFOYLEY de origem: Ilhas do Pacífico.

Outra característica é um aroma amadeirado exalado da planta ao final da tarde. O mais bacana é ter as duas versões da folhagem plantadas no mesmo vaso, ou seja, fêmea e macho no mesmo vaso equilibrando as energias yin e yang para uma boa energia de amor! Nos cursos de Feng Shui, os mestres mencionam que um jeito rápido e eficaz de fazer uma cura é colocar esta árvore dentro de casa. Feng Shui é um termo de origem chinesa, cuja tradução literal é vento e água. A origem da expressão está no Zang Shu (O Livro dos Enterros) escrito pelo Mestre Guo Pu (276-324 D.C).

O Feng Shui detecta as supostas influências visíveis e invisíveis em um ambiente e recomenda curas em uma área particular do imóvel que são capazes de alterar as características da circulação de energia no todo. Embora estas plantas não sejam plantas de mesma espécie e que necessitem trocar gametas entre si, existe o hábito de sempre plantar essas duas plantas juntas para atrair boa sorte, seu porte máximo de cinco metros ela é mais corretamente classificada como um arbusto, podendo ser cultivada em lugares sem muito espaço. A lenda conta que “Existiu no antigo Japão uma árvore mágica que diziam trazer felicidade e realizações a todos que passassem por ela. A pequena Haru morava numa aldeia com sua família e já ouvira sua avó contar essa lenda, tendo o sonho infantil de encontrar essa árvore. Sua família vivia em dificuldades. Certa manhã, ela e Anisan, seu irmão, brincavam pelas redondezas quando viram um velhinho sentado em uma pedra e dele se aproximaram.

- Bom dia! - Bom dia! Que linda manhã de sol não é mesmo?

- Sim, o que o senhor faz por aqui?

- Estou descansando um pouco, pois vim de muito longe em busca da Árvore da Felicidade.

Haru e Anisan levantaram as orelhas, curiosos: - Não sabíamos que essa árvore ficava por aqui.

- Ela não fica. Nesse lugar está o portal que nos leva até ela.

- Um portal?

- Sim, mas não é fácil chegar lá. Precisa-se ter boas pernas para subir aquela montanha e eu já estou meio velho.

As crianças olharam a grande montanha à sua frente e pensaram não ser tão difícil escalá-la. Foi nesse momento que o velho propôs: - Por que vocês não me ajudam a subir?

Eu posso mostrar onde fica o portal para vocês.

Os irmãos se entreolharam. O velhinho parecia ser bonzinho e estava tão cansado que concordaram e começaram a caminhada. Mesmo tendo um cajado, o velho subiu com dificuldade, e as crianças tiveram que apóia-lo quase o tempo todo. Lá de cima, avistava-se toda a cidade e eles respiraram fundo quando chegaram. - E agora? – perguntaram – Onde está o portal? - Está bem à nossa frente, mas só quem tem o coração puro pode ver. As duas crianças olharam aquele imenso prado verde e nada conseguiam ver.

- Não vemos nada. - reclamou Ansan.

- Olhem com os olhos da alkma.

- disse o velhinho – Está ali, bem à nossa frente. Já estou vendo.

Haru fechou os olhos, sentiu a suave brisa da manhã, o calor do sol e pensou no quanto desejava conhecer essa árvore para trazer felicidade e prosperidade para sua família. Quando abriu os olhos, a magia aconteceu: ela viu um caminho que antes não estava ali!- Veja, Anisan: uma passagem, parece meio invisível.

Anisan esfregou os olhos e também viu. - Estou vendo! Vai dar num bosque!

- É isso mesmo!

– sorriu o velhinho. - Vamos!

E os três se aventuraram por aquele caminho. Atravessando o portal, tudo parecia mais bonito: o verde era mais verde, as flores mais coloridas, o céu parecia mais azul. Havia pássaros e borboletas que eles nunca haviam imaginado. Após passarem pela floresta, chegaram a uma clareira onde repousava isolada uma simples árvore frondosa, mas Haru soube na hora que era aquela.

As crianças correram na frente, abraçando seu tronco e subindo em seus galhos. - E agora? Como fazemos para ter felicidade?

– quis saber Anisan.

- Basta fazer um pedido do fundo do seu coração! –explicou o velho.

Os irmãozinhos fecharam os olhos e pediram felicidade e prosperidade para sua família. Sentiram-se tão imensamente gratos por estarem ali, que suas almas resplandeceram.

Ao abrirem os olhos, toda a árvore estava envolvida em uma grande luz, como se atendesse ao desejo dos garotos. Ambos ficaram deslumbrados! Haru chamou o velhinho: – O senhor não vai pedir nada?

Ele apenas sorriu, e disse: - Na verdade, já sou muito feliz e vim aqui somente para trazê-los, pois sei que são boas crianças, com pais que merecem ver seu desejo realizado.

Acham que sabem voltar sozinhos?

- Claro! – respondeu Haru

– mas não compreendo por que nos trouxe até aqui, subiu com tanta dificuldade e não pediu nada para si.

- Porque a verdadeira felicidade está em ver as outras pessoas felizes. Sou apenas o guia dessa árvore. Adeus crianças!

E assim dizendo, ele desapareceu, como um sopro. Anisan e Haru se olharam assombrados, mas não sentiram medo, e sim gratidão pelo que o velhinho fizera. Voltaram para casa correndo, contando as novidades para sua família que, daquele dia em diante, não mais passou fome, nem teve nenhuma necessidade, prosperando cada dia mais”.

Assim, é o presente ideal para darmos a quem desejamos muita sorte, felicidade e energias positivas. Melhor presentear sua amiga com uma linda árvore da felicidade, com uma caixa de bombom já está cafona! Midori Yamada, uma pessoinha aqui de Atibaia, muito especial, me presenteou com mudas da macho e fêmea, Oba! Já estou observando minha felicidade e amor, esperando que seja eterno.

Poesia por Sulla Mino --> Despedida de Ana

A bela jovem está deixando os sonhos,

também a força de viver,

de sorrir,

de sair correndo na chuva,

como fazia quando criança.

Está deixando marcas nos lençóis agora,

gosto salgado de lágrima no rosto,

todos os rascunhos e poemas,

umas simples poesias e contos,

no caderno preferido.

A ironia de querer ir à Paris,

de entrar de branco na igreja ou

de usar um sobrenome diferente

de Souza.

Toda a ganância de ganhar

o mundo está deixando, também

a vontade de brincar com os netos.

A felicidade deixou sair pela porta

da frente,

ela merece sair do cativeiro.

Todos os planos foram em vão e

conquista nenhuma houve.

Gritar e calar se enfrentam no

momento e a vontade de ir embora aflora.

Despedida de um corpo que já

não é matéria,

sentimentos loucos e memória fúteis

está deixando para alguém como herança.

E a lembrança das noites sem sono,

deixa para alguém que não vê o dia,

alguém que rabisque traços

mais perfeitos que os que ela desenhou.

Hoje já não faz mais gosto e

tudo que derramou se transformou em pó,

assim como seu nome que sopra

por aí, neste deserto que se chama vida,

E o embalo forte do vento da noite,

se dispersa ecoando Ana, Ana, Ana...


Resenha de Livro --> Asas da Loucura

Asas da Loucura

Pela primeira vez, o premiado jornalista americano Paul Hoffman narra a verdadeira e extraordinária história da vida do aviador brasileiro Alberto Santos-Dumont e dos primórdios da aviação.

Fruto de minuciosa e abrangente pesquisa, Asas da Loucura explora em minúcias, sem mitificação, os aspectos pessoais da vida do aviador e os detalhes de sua personalidade controversa.

De suas páginas emerge o retrato sincero de um homem que contribuiu de forma única para a conquista dos céus pelo homem. "Asas da Loucura", que acaba de ser traduzido no Brasil, dá o devido crédito de pioneiro da aviação ao pequeno e franzino brasileiro que encantou Paris no início do século 20 ao sobrevoar a Torre Eiffel a bordo de um dirigível motorizado.

Sua ousadia e excentricidade aliada a uma peculiar elegância - todos o conheciam por seu chapéu panamá, ternos com corte impecável e camisas de gola alta - o transformaram em um dos homens mais prestigiados da capital francesa nos primeiros anos do século. Com uma narrativa recheada de detalhes saborosos, Hoffman mistura a trajetória de Santos-Dumont na aviação, desde a primeira, e acidentada, viagem a bordo de um balão, com curiosidades da sua vida privada, marcada pela profunda timidez.

Mas por trás da figura aclamada como herói pelos brasileiros, Hoffman mostra que existia um outro lado: o de "gênio torturado". Como define o autor, o aviador brasileiro foi "um espírito livre que buscava escapar do confinamento da gravidade, da rivalidade de seus companheiros aeronautas, dos estereótipos sexuais e mesmo ao destino de sua querida invenção". Seja por idealismo ou romantismo, a principal meta de Santos-Dumont ao investir toda a sua energia e criatividade nas aeronaves era a de inventar "uma tecnologia que revolucionaria os meios de transporte e promoveria a paz mundial".

O uso do avião para fins completamente díspares durante a Primeira Guerra acabou levando-o a uma profunda depressão. "Os bombardeios das aeronaves - "meus bebês", como as chamava - o perturbaram em particular, e ele se sentia culpado por sua invenção", relata Hoffman. Desiludido, atormentado e afetado por uma esclerose múltipla, Santos-Dumont se matou aos 59 anos em um hotel no Guarujá, litoral de São Paulo.

"Muitos meninos sonharam em ter uma máquina de voar que poderia decolar e pousar em qualquer lugar sem precisar de uma pista de pouso. No século 21, mesmo um poderoso industrial cosmopolita não pode voar até seu restaurante favorito, ao teatro ou a uma loja. Um único homem na história usufruiu essa liberdade. Seu nome foi Alberto Santos-Dumont, e seu corcel aéreo era um balão dirigível."

A Extraordinária Vida De Santos-Dumont, o livro nos guia, nos fazendo sobrevoar por momentos e grandes lembranças.



Contos que conto ...By Sulla Mino --> Fragmentos

Esta voz dentro de mim, esta voz que cala minha boca. Tento, tento dizer simples palavras vãs, algumas letras soltas e confortáveis ao meu peito, neste imenso desamor.

Poetizar-me, também já tentei. Talvez haja um escape, uma fuga repentina no meio da noite em meio aos estilhaços de vidros no chão.

Não, não serei tão covarde, tentarei, talvez, gritar muito alto, um aviso ao meu coração carente e em seguida me atirar do terraço. Estou certa que serei eu mesma em algum outro lugar, em algum caminho que não seja tão gótico, tão árduo assim.

Talvez eu seja um pouco louca, insana e certamente lá, onde talvez exista um vasto campo, serei livre, livre desta voz que costura minh’alma. Por enquanto estou em fragmentos, nestes cacos poéticos e errantes, pelo menos até o cair da noite, onde visto meu corpo com a capa da ilusão, só assim sigo mais um dia, termino mais um dia, mais um dia na minha busca insaciável por sangue, sangue fresco, de um animal perdido pelo caminho ou até mesmo de alguém, desses casais que param seus carros no alto do mirante, estes jovens que ousam esfregar seus corpos nus sob a luz da lua .

A lua, hoje ela está cheia, talvez de mim, dos meus lamentos, dos meus intensos pedidos de socorro, socorro que nunca chega, sei que é tarde, minhas entranhas já são amargas. Estou ainda aqui, presa entre o ontem e o hoje, entre a vida e a morte, presa em mim, nestes argumentos inúteis, neste esquelético corpo virgem, estou ainda aqui, no silêncio da madrugada fitando a lua que ainda alerta brilha no céu, cortando-me interiormente. Continuo aqui, marcada no alento, tento sair deste abismo incerto, ainda amanheço aqui, miúda.

Não, não sei se eu estendo-me no chão ou me abraço nestas paredes invisíveis. Estou feito um vampiro que perambula por aí, ou quem sabe uma alma qualquer a procura de possíveis cadáveres para saciar a fome. Não, não sei quem sou, apenas restam estes fragmentos poéticos em minha corrente e por fora, esta pele em desuso.

Cato-me, revirando meus absurdos, meus cacos ásperos e sem pontas cortantes. E esta voz que aqui ainda dentro de mim, torturando-me, estes ecos atordoantes nas lacunas do meu pensamento, esta voz que não cessa, que não clama um fim, que pune uma parte de mim, esta parte torta e funesta e a outra parte, uma outra pouca parte, uma parte poetaço, ainda longe de Camões, perdida aqui no âmago do mundo ou quem sabe no inferno, nem mais sei, sei que estou aqui, débil com o pouco que ainda me resta, na indolência desta manhã de sol, tecendo-me, aos poucos.


By Sulla Mino --> Náufragos



Estamos sem respostas

neste tempo que aqui não passa,

no submundo dos avessos,

no vazio velho e perdido.

O horizonte tão distante de nós,

não vemos velas ou iates,

temos o sol escaldante da manhã e

só podemos sentir no rosto o frio da noite,

esta vista fora da varanda.

Quanto tempo ainda nos resta?

Somente som de ondas, sem palavras, sem rimas.

Acendemos a fogueira a lembrar luzes de Las Vegas,

brindamos com água de coco,

sentindo o gosto de Black Label,

fitamos estrelas, mesmo com o rosto sujo de

lágrimas e ao amanhecer a diversão é

desenhar na areia SOS.

Somos náufragos de um

momento que não volta mais,

de um instante que se perdeu no meio do nada,

nada nos bolsos e paletós,

lembranças nas mentes e

muita vontade de voltar para casa.

O sabor salgado não sai da boca,

a pele já muito bronzeada,

os cabelos já estão grisalhos,

quanto tempo estamos assim?

Não sabemos se o mundo lá fora

é melhor agora,

no vai e vem de automóveis,

ruídos de máquinas modernas,

fome, guerra, traições e doenças.

Somos náufragos de tolices,

o melhor é ficarmos ilhados...

Sem modernidades?

O problema é não poder voltar,

agora nada, nada, nadar.

Mitologia por Sol Firmino --> O Amor move o mundo


“Amor - pois que é palavra essencial”, diz o poeta Carlos Drummond de Andrade no poema de abertura do livro “O amor natural”. Os poemas falam sobre o amor físico e sexual:

O corpo noutro corpo entrelaçado, / fundido, dissolvido, volta à origem / dos seres, que Platão viu completados: / é um, perfeito em dois; são dois em um.

Na época do lançamento, o livro em questão provocou discussão sobre os limites entre palavras eróticas e pornográficas. Vejamos aqui o termo erótico. O adjetivo erótico é derivado de Eros, o deus grego do Amor, e refere-se, no sentido amplo, a tudo o que se liga ao Amor.

Tão difícil quanto descobrir a origem do mundo e dos homens é definir as nuances do amor. Há muitos séculos, os filósofos tentaram explicar a criação do mundo. Para alguns, forças atuavam com os quatro elementos, terra, água, fogo e ar. Para os poetas, essa força era chamada de Eros, o Amor.

Antes de ser representado como deus do Olimpo, Eros esteve presente nos mitos que contavam as primeiras criações do mundo e dos deuses, e permitiu a aproximação dos seres. Conta um mito que o Caos, o Érebo e a Noite procriaram juntos e deram origem a tudo o que compõe o Universo, inspirados pela energia cósmica de Eros.

O filósofo Platão chamou Eros de “daimon”, uma espécie de ser espiritual que habitava entre os deuses e os homens. Na obra “O Banquete”, Platão conta sobre a união de Poros, o deus dos recursos, e Pênia, a carência, na festa de nascimento de Afrodite, a deusa da Beleza e do Amor. Desse encontro nasceu Eros, carente como a mãe, sempre em busca de algo que o satisfaça, mas com recursos para alcançar o que deseja, como o pai. O amor, quando sente-se carente, busca conquistar o outro para preencher seu vazio.

(...)

Solange Firmino

Leia o texto integral na coluna Mito em Contexto, no portal Blocos online.

Por Mário Rezende --> Plenitude



Agora eu compreendi.

A estrela não é você,
tampouco eu isoladamente.

Somos os dois.

Conjunção da mulher e do homem
deitados no firmamento
em harmonioso pensamento.

Conspiração do amor e desejo,
de licores e cheiros.

Uma constelação luzente, assim de repente.

A constatação de que o prazer
é a complementação do querer pelo receber.

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