Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

DI ---> VERSOS














O Leão e o rato



Um Leão foi acordado por um Rato que passou correndo sobre seu rosto. Com um salto ágil ele o capturou e estava pronto para matá-lo, quando o Rato suplicou:

- Se o senhor poupasse minha vida, tenho certeza que poderia um dia retribuir sua bondade.

O Leão deu uma gargalhada de desprêzo e o soltou.

Aconteceu que pouco depois disso o Leão foi capturado por caçadores que o amarraram com fortes cordas no chão.

O Rato, reconhecendo seu rugido, se aproximou, roeu as cordas e libertou-o dizendo:

- O senhor achou ridículo a idéia de que eu jamais seria capaz de ajudá-lo. Nunca esperava receber de mim qualquer compensação pelo seu favor; Mas agora sabe que é possivel mesmo a um Rato conceber um favor a um poderoso Leão.

Autor: Esopo

Moral da História:

Os pequenos amigos podem se revelar grandes aliados.


Fonte: sitededicas.uol.com.br
























Haikai


Olhos cúmplices

alimentam a gula

da boca voraz.



Poeta Mário Rezende - RJ
mariorecanto@yahoo.com.br
















Manuel Bandeira


"...o sol tão claro lá fora,

o sol tão claro, Esmeralda,

e em minhalma — anoitecendo."























Por Sulla Mino
Vontade ou culpa -->
A minha irmã Nena Souza




Consertar os enganos,

aquelas promessas não cumpridas.

Eu era criança mimada,

naquele tempo eu andava na rua

sorridente e saltitante,

vago hoje por aí

sem perceber o dia que passa,

as festas que se acabam...

O que tenho afinal na memória?

Fingir de novo sono?

fome?

Pra mim a vida é uma eterna madrugada

e anda nela danada de contente,

louca pra voltar pra casa...

Parar com o rebolado,

colocar a sandália na mão e

na ponta do pé

passar para o quarto quietinha...

Não sou culpada, nem cretina,

as perguntas existem e dou

as respostas com os dedos cruzados nas costas,

vermelha de raiva,

sei lá.






















Mitologia por Sol Firmino









O poeta Carlos Drummond de Andrade sabia do encantamento das palavras: “Certa palavra dorme na sombra/ de um livro raro./ Como desencantá-la? ” E sempre buscou desencantá-las: “Chega mais perto e contempla as palavras./ Cada uma/ tem mil faces secretas sob a face neutra/ e te pergunta, sem interesse pela resposta,/ pobre ou terrível, que lhe deres:/ Trouxeste a chave?

Antes da invenção do alfabeto, os antigos gregos acreditavam que as Musas davam essa chave aos poetas. Os poetas que recebiam das Musas o dom de desencantar as palavras eram os aedos. Eles compunham canções ao som da lira, e conseguiam transmitir os segredos das palavras através da poesia.

Quando as canções passaram a ser escritas, os aedos desapareceram. Duas obras atribuídas a Homero, considerado o mais célebre poeta grego da antigüidade, ainda existem como canções daquela época, a Ilíada e a Odisséia. A Odisséia fala da peregrinação de Ulisses por dez anos até Ítaca, após a Guerra de Tróia. E a Ilíada, narra o nono ano da Guerra de Tróia. Os poemas eram compostos e cantados pelos aedos.
(...)

Solange Firmino

Texto completo na coluna Mito em Contexto.

Imagem: "Hesíodo e a Musa", Gustave Moreau.
















SEXO É...




Sexo é...
atividade física
de necessidade
orgânica.
Sexo por sexo
não tem nexo.
Sexo com amor
tem mais sabor.
Sexo por sexo
é animal.
Sexo com amor
é racional.
Sexo é bom
sem contra indicação.
Sexo só é ruim
se fizer mal ao coração.



Poetisa Fátima Feitosa.

Mossoró- RN

Bellavid_1@hotmail.com

Por Mário Rezende

















A GAROTA DA SACADA





Na rua Barão de Ubá
tem lá um sobrado
pintado de branco
com as janelas azuis.
Na sacada do quarto de dormir,
todo dia ao entardecer,
fica uma jovenzinha
de cabelo escuro
em cascata de caracóis.
O que pensa a linda menina
cuja figura enfeita a varanda
fazendo inveja às flores,
o sol se retardar e
em mim a esperança de encontrar?
Que nome terá a garota
de pele branquinha e olhos trigueiros
que me seguem até a esquina,
que me manda um sorriso maroto
toda vez que eu passeio sob o seu altar?
Acho que ela sonha
o sonho que também comecei a sonhar.


Poeta Mário Rezende – RJ

mariorecanto@yahoo.com.br

DIVERSOS



QUEM FOI ESOPO?



Fabulista grego, nascido pelo ano de 620 a. C. Ignora-se o lugar de seu nascimento; alguns dizem ter sido Samos ou Sardes, enquanto Aristófanes o supôs filho de Atenas. Segundo o historiador Heródoto, Esopo teria nascido na Frígia e trabalhava como escravo numa casa. há ainda alguns detalhes atribuídos à biografia de Esopo, cuja veracidade não se pode comprovar: seria corcunda e gago, protegido do rei Creso.

Esopo teria sido condenado à morte depois de uma falsa acusação de sacrilégio, ou talvez porque os habitantes de Delfos estivessem irritados com suas zombarias, ou ainda porque suspeitassem de que Esopo teria a intenção de ficar com o dinheiro que Creso lhes tinha destinado.

Esopo não deixou nada escrito: as fábulas que lhe são atribuídas pela tradição foram recolhidas pela primeira vez por Demétrio de Falera, por volta de 325 a.C.

Antes do advento da impressão, as fábulas de Esopo eram ilustradas em louça, em manuscritos e até em tecidos.

Discute-se a sua existência real, assim como acontece com Homero. Levanta-se a possibilidade de sua obra ser uma compilação de fábulas ditadas pela sabedoria popular da antiga Grécia. Seja lá como for, o realmente importante é a imortalidade da obra a ele atribuída.



Fonte: www.latim2002.hpg.ig.com.br



Algumas possíveis imagens de Esopo























































Vinicius de Moraes


"São demais os perigos desta vida

Pra quem tem paixão principalmente

Quando uma lua chega de repente

E se deixa no céu, como esquecida

E se ao luar que atua desvairado

Vem se unir uma música qualquer

Aí então é preciso ter cuidado

Porque deve andar perto uma mulher..."





















Por Sulla Mino

Desejo do querer




Eu quero me perder em tua boca e

encontrar no infinito o teu ser...

Quero te virar do avesso,

dançar no tempo,

no espaço, repousar em teu abraço,

quero ouvir tua canção,

teu assovio, teu samba,

conhecer teu sentimento sem qualquer razão,

me esfregar em teu corpo suado,

em teu lábio molhado,

na mágica, na ansiedade,

este desejo me faz assim,

soam traços e troços,

um quê qualquer,

eu quero te amar

assim como você me quer.


Mitologia por Sol Firmino
















Entre os mitos criados pelos gregos, há os que falam sobre as cinco idades que a humanidade viveu: Ouro, Prata, Bronze, Heróis e Ferro. Na Idade do Ouro os homens viviam bem, os deuses eram amigos dos homens, não havia crime ou guerra. O tempo não importava. Na Idade de Prata os homens se encheram de orgulho e Zeus começou sua punição. A juventude eterna terminou e a morte chegou.

Os conquistadores helênicos e os reis guerreiros viveram na Idade do Bronze, quando a guerra era o ofício. A Idade dos Heróis teve muitas aventuras e guerras e logo acabou. A Grécia do século XII viveu na Idade do Ferro, quando já conheciam armas de ferro e os dóricos dominavam. Na Idade do Ferro nasceram Deucalião e Pirra, que moravam perto do Monte Parnaso, temiam aos deuses e eram trabalhadores. Mas nem todos os humanos eram assim, havia crimes e lutas pelo poder.

Zeus não estava satisfeito e mandou o dilúvio para punir a humanidade. Prometeu avisou a Deucalião e o ensinou a fazer uma arca de madeira para salvar sua esposa e levar mantimentos. Deucalião conseguiu chegar ao topo do Parnaso, único lugar seco após dias da chuva que limpou e fecundou novamente a terra.

(...)
Solange Firmino


Texto completo na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.
Imagem: Deucalião e Pirra, de Oraza Fontana, século XVI.



















Por Sulla Mino


Lamento não poder

ir além da porta...

Não faço parte do plano,

minha nudez muda,

meu corpo muda,

meu pensamento muda...

Me ajoelho neste dia cruel,

rezo às preces,

minha insônia acordou.


POETISA VISITANTE...












Ausência é como uma lâmina





Ausência é como uma lâmina

Que corta a alma e a carne da gente

E deixa sangrar dolorida e lentamente

A ferida dissecada, dilacerada.



A dor que é grande e pungente

É invisível aos olhos da gente

Mas fica cravada no peito

Feito espada de corte perfeito.



Ausência é uma presença sentida

De alguém que partiu, mas deixou-se ficar

Uma presença angustiante, sofrida

De quem quer esquecer e não amar.



Esta lâmina afiada marca sem deixar cortes,

De gume fino e aguçado lacera o peito

Fazendo escorrer lágrimas de um amor desfeito,

Líquido fino e mortal que derruba até os mais fortes.









Ângela Rodrigues de Oliveira

Mossoró – RN

DIVERSOS ...







O Leão Apaixonado



Um Leão pediu a filha de um lenhador em casamento. O Pai, contrariado mas receoso, aproveitou a ocasião para livrar-se desse problema. Ele disse que consentia em tê-lo como noivo, mas, com uma condição; Este deveria deixar-lhe arancar suas unhas e dentes pois sua filha temia a ambos. Contente o Leão concordou. Depois disso, ao repetir seu pedido, o lenhador que não mais o temia, pegou um cajado e enxotou-o da casa para a floresta.

Autor: Esopo

Moral da História:

Para resolvermos um problema, devemos primeiro conhece-lo e só depois enfrentá-lo.

Fonte: sitededicas.uol.com.br


PREFIRO



Prefiro explodir
Chorar, sorrir de emoção
Do que passar a vida em branco
Afinal são coisas vindas do meu coração.
Que vive intensamente
Cada momento permitido
Pelo meu grande Deus
Por mim muito querido.
Quando, às vezes, caio
Até o tronco me deixo cortar
Depois volto frondosa
Igual a uma árvore do pomar.
Pra novamente
De emoção explodir
Porque estou viva
E vida é amar e sorrir.
Mas se preciso for
Choro sem nenhum pudor
Quando coração aperta
E me traz desilusão e dor.



Poetisa Fátima Feitosa-Mossoró - RN

DI ---> VERSOS














O cão raivoso


Um cachorro costumava atacar sorrateiramente e morder os calcanhares de quem encontrasse pela frente. Seu dono então, pendurou um sino em seu pescoço pois assim ele alertava as pessoas de sua presença onde quer que estivesse. O cachorro cresceu orgulhoso, e, vaidoso do seu sino caminhava tilintando-o pela rua. Um velho cão de caça então lhe disse:

- Por quê você se exibe tanto? Este sino que carrega não é, acredite, nenhuma honra ao mérito, mas ao contrário, uma marca de desonra, um aviso público para que todas as pessoas o evitem por ser perigoso.

Autor: Esopo

Moral da História:

Engana-se quem pensa que Notoriedade é fama.

Fonte: sitededicas.uol.com.br




















Lobisomem



Diz a lenda que quando uma mulher tem 7 filhas e o oitavo filho é homem, esse menino será um Lobisomem. Também o será, o filho de mulher amancebada com um Padre. Sempre pálido, magro e orelhas compridas, o menino nasce normal. Porém, logo que ele completa 13 anos, a maldição começa. Na primeira noite de terça ou sexta-feira, depois do aniversário, ele sai à noite e vai até um encruzilhada. Ali, no silêncio da noite, se transforma em Lobisomem pela primeira vez, e uiva para a lua. Daí em diante, toda terça ou sexta-feira, ele corre pelas ruas ou estradas desertas com uma matilha de cachorros latindo atrás. Nessa noite, ele visita, 7 partes da região, 7 pátios de igreja, 7 vilas e 7 encruzilhadas. Por onde passa, açoita os cachorros e apaga as luzes das ruas e das casas, enquanto uiva de forma horripilante. Antes do Sol nascer, quando o galo canta, o Lobisomem volta ao mesmo lugar de onde partiu e se transforma outra vez em homem. Quem estiver no caminho do Lobisomem, nessas noites, deve rezar três Ave-Marias para se proteger. Para quebrar o encanto, é preciso chegar bem perto, sem que ele perceba, e bater forte em sua cabeça. Se uma gota de sangue do Lobisomem atingir a pessoa, ela também vira Lobisomem.

Fonte

http://sitededicas.uol.com.br/folk03.htm
























Por Sulla Mino

Não vivia



Chorar

Sofrer

Sentir

Beijar

Correr

Andar

Dormir

Acordar

Falar

Sorrir

Saber

Sonhar

Pensar

Amar

Plantar

Colher

Comer

Mastigar

Nascer

Morrer.

Eu continuava sozinha,

Em um mundo distante que existia,

eu nem nascia e nem morria.












Hilda Hilst

"Aflição de ser eu e não ser outra.

Aflição de não ser, amor, aquela

Que muitas filhas te deu, casou donzela

E à noite se prepara e se adivinha

Objeto de amor, atenta e bela.



Aflição de não ser a grande ilha

Que te retém e não te desespera.

(A noite como fera se avizinha)

Aflição de ser água em meio à terra

E ter a face conturbada e móvel.

E a um só tempo múltipla e imóvel

Não saber se se ausenta ou se te espera.

Aflição de te amar, se te comove.

E sendo água, amor, querer ser terra."



Mitologia por Sol Firmino













Narciso e sua imagem


Na mitologia, os oceanos e os rios eram elementos personificados que tiveram muitos filhos. O rio Céfiso e a ninfa Liríope tiveram Narciso como filho. Como as ninfas também são divindades ligadas à água, Narciso teria atração pela água por causa do pai e da mãe. E na água ele teve seu destino realizado. Narciso era lindo e desejado pelas ninfas e jovens da Grécia, inclusive pelas deusas. Preocupada com as conseqüências de tanto assédio, sua mãe consultou o oráculo Tirésias, que disse que Narciso viveria muitos anos, desde que não se visse.

(...)


Solange Firmino

Texto integral na coluna Mito em Contexto, em Blocos online.
Imagem: Eco e Narciso. John William Waterhouse, 1903.
























Por Sulla Mino
Flor sem amor


Não mais amo,

dizia uma Rosa,

com um sentimento dentro de si

chamado dor.

Não mais quer chorar,

muito menos se ferir com lembranças,

com fotografias que foram tiradas e

estão na parede da sala.

Sem mãos para aparar

lágrimas de um rosto que não sente,

nem lábios para recordar os beijos.

As pétalas estão se soltando,

morrendo aos poucos em instantes

em que tenta viver.

Não mais ama, por quê?

O Cravo fora arrancado do

seu lado,

agora simplesmente só uma flor

no jardim da saudade restou.


























A cantoria começa no “jardim sagrado”

ou será o céu aquele belo lugar?


L indo campo florido, bancos alvos,

tudo tão lírico e entusiástico...


T odos prontos para o sarau,

um verdadeiro coro de orquestra.


I niciaram com uma bela viola,

um verdadeiro espetáculo,


M aria das Neves (Altino Alagoano) que é feliz,

Já reserva “O Conde de Monte Cristo”.


A migos, cantadores,poetas, Filósofos,

rimadores, cronistas, Cordelistas, teatrólogos,


R epentistas, advogados, familiares...

“Puxaram” o fole, um bonito e azul...




P rosas e versos, depois longos rabiscos,

“Francisco” já ditava seu Cordel..;.


I nstantâneamente bailaram em letras e

poesias como boas vindas...


M undo mágico! Lá é assim, é

“Como nasce um Cabra da peste”...


E eu não fiquei de fora, meu pensamento

está lá recitando uma bela poesia,


N Ada mais nada menos que “Despedida

De Ana” que muito gostaram.


T erminada à parte reservada aos visitantes,

todos os que moram lá aplaudiram,


E aplaudiram mais alto, se colocaram de pé,

receberam Altimar no jardim sagrado...


L amentei não poder ficar mais e voltei

para casa com lágrimas de saudades.




Altimar Pimentel ( Alagoas, 30/10/1936 - 21/02/2008 ) Era natural de Maceió, Alagoas, mas viveu na Paraíba desde 1952. Professor, jornalista, dramaturgo, folclorista, deixa um acervo de várias centenas de artigos, peças teatrais e livros sobre teatro, folclore, ensaio literário e história.

Mossoró, 21/02/08.

Madrugada.

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