Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

Por Sulla Mino ...Inocência













A inocência desta vida...

Misérias, idéias frias, sofrimentos, dias...

Acordes num ambiente vazio,

ecos e feridas abertas,

morte e solidão chorando...

É a inocência deste acaso?

Na frase “eu te amo”?

Qual o pó que um dia foi gente?

Inocência olhando pela janela,

passa o clarão do dia e

à noite tudo vai embora,

como o sono no corpo.

Também sou inocente quando durmo,

quando vejo a vida passar rápida

diante de mim.



Imagem: Fábio Dudas (Santa Catarina)

Trabalho de História, Desenvolvendo atitudes...Reflexão sobre uma cidade que desejamos. Aluno: Johnny Souza - 08 anos (Meu Filho)

Sarau em João Pessoa...Homenageado: Sandoval Fagundes


Eu não pude ficar de fora, o Sarau estava maravilhoso, recitei uns Contos e umas Poesias...















A atriz Suzy Lopez fez o Sarau mais bonito...Adorei !!





Shiko é artísta plástico genuínamente paraibano e mundial. Sua arte é viva, pula da parede, tela ou papel. Rica em detalhes e sugestões...

Sandoval Fagundes-Artista plástico multimídia, também: poeta, designer gráfico, ator, videomaker, músico, compositor, inventor de instrumentos musicais e integra o grupo experimental Sanmetak Trio; No início da década de 70 estudou pintura, escultura, comunicação visual, história da arte e xilogravura com artistas hoje consagrados como João Câmara, Roberto Lúcio, Montez Magno, e outros professores da Coex/Universidade Federal da Paraíba; desde então realizou exposições coletivas e individuais no Brasil e no exterior, em 1993/1994 foi artista participante e diretor de arte do catálogo da mostra “Xilogravura: do Cordel à Galeria” promovida pela Fundação Espaço Cultural - Funesc, e Museu de Arte Moderna de São Paulo – MASP. Participou como membro de comissões julgadoras: Fundo Municipal de Cultura 1998, João Pessoa-PB; Festival JampaVídeo2008- SESC-PB; Suas obras integram coleções particulares institucionais a exemplo do Acervo da Pinacoteca da UFPB. E foi nosso homenageado do mês de julho no Sarau em João Pessoa com muito orgulho!


Suas poesias estão em seu blog:

http://poetasandovalfagundes.blogspot.com/

Eu e a saudade




















Não acredita no que estou sentindo,

não sabe nem ao menos isto descrever,

vai consumindo a minha vida,

as minhas chamas e anseios,

me grita e logo após me ama,

mesmo assim te amo e também te odeio,

os dias passam,

eu nem acordo,

nem me visto,

todas as noites deito na cama fria e choro,

pra que te beijar se não posso morder

a tua boca?

Calo o meu calor aflito,

o dia chega do lado de fora e

eu com a saudade ainda

pedindo pra dormir.

Contos que conto...Ritual de Espera-As Amigas

Há uma ventania vindo de fora, ruídos nas portas e as janelas batendo para dentro e para fora, há um cheiro estranho no ar...

Os quartos estão revirados, a caneta fora do tinteiro e nenhum bilhete preso no ímã da geladeira.

O bule apitando na cozinha, avisando que o café está pronto, três xícaras postas na mesa e grandes rabiscos de sangue nas paredes...

Adeus... Adeus... Adeus...

A ventania agora está muito forte, um assovio estranho no quarto de hóspedes e a torneira do banheiro está aberta, a água neste momento desce as escadas.

Os lustres quase caídos, as lâmpadas piscando, piscando.

A casa parece assombrada...

O cachorro se soltou da corrente, agora o canil está vazio, a grama lá fora está alta e começa neste instante chover, uma chuva fina, constante, agora todas as testemunhas entraram, o quarteirão está vazio, ninguém nas calçadas, só a chuva fina caindo no telhado.

Ao som de Ravel, vindo do hall, caminho até o sótão, o corredor escuro, dava para sentir as teias das aranhas, o cheiro de algo estranho está no ar... De sangue das paredes, cheio de tédio, de vazio.

Passo pelas escadas, cada degrau um tormento, outro degrau um suspense, mais um o susto, outro degrau o medo, cheguei até o sótão e meu corpo está pendurado numa corda.

Não!Não! Não!

Um corpo jovem e sadio, um corpo que caminhava pelo jardim todas as manhãs, as curvas bem traçadas, um cabelo bem cuidado, as marcas do tempo de criança...

As mãos ofereceram o ódio e seu pescoço errante aceitou a idéia de brincar de morte...

Como aconteceu não lembro, eu aguardava minhas amigas melancolia e solidão...

A chuva cessou, a vizinha bate na porta, veio trazer o totó que tinha fugido do jardim...

Por Sulla Mino...Pererecas

Não me conformo muito, mas é verdade, Rela é um nome comum e de família dado às famosas pererecas. Famosas, de pequeno porte, com aquelas ventosas nos dedos, são dotadas de membranas elásticas e podem dar voos de até dois metros.

As Phrynomedusa, da família brasileira foram extintas em 1920, conhecida por sua utilização na medicina tradicional Bicolor. Não creio que estas “malditas”, que me azucrinam em casa têm porte medicinal, são preservadas, estão fora do habitat, devido o desmatamento do homem. Estão sendo banidas devido à destruição do seu meio ambiente.

Não pode ser... Só lá em casa existem milhões delas, será que não tem como levá-las ao seu local de origem? De preferência para fora do país.

Apesar de causarem certo nojo e pavor, são indicadores de um meio ambiente saudável, pelo menos sei que minha casa está num ambiente bom e super agradável para elas. E se existe céu e inferno para quem faz mal a estas criaturas estranhas, então serei punida, não tenho chance de ir para o céu. Só esta semana mandei umas duzentas fazerem as malas e irem embora, na máquina de lavar umas mil foram lavadas junto com minhas roupas e fora as que matei dentro da minha cozinha, beirando a hora do almoço, não as convidei e nem faço questão.

E ainda tem os sapos, designação genérica de anfíbios da ordem Anura, existem cerca de 4.800 espécies, vivem em ambientes úmidos e até tem os aquáticos. Bufo Marinus, prefiro este nome a o outro que é muito feio, é venenoso e até usado no controle de pragas da cana-de-açúcar. Os sapos capturam suas presa lançando para fora da boca a língua muscosa, longa e pegajosa, que é presa ao assoalho da boca pela extremidade anterior, eca! Nem vou escrever sobre sua reprodução, onde tudo começa com um abraço. Lá em casa também tem sapos, do mais diversos e horrorosos, são mais vagarosos e quando me veem chegar tentam logo sair de perto, ao contrário das pererecas, que fazem uma algazarra, pulam de um lado para o outro, uma loucura danada, já pularam em cima de mim, eu corria para um lado, fazendo uma dança de “boneco doido” e a danada pulando, pulando com aquele corpo gelado e pegajoso, tentando me parar, feito brincadeira de criança, eu choro com raiva, enquanto aquele ser minúsculo parece sorrir pra mim.

E ainda tem as rãs, do gênero Rana, que são quase carnívoras e usadas em experimentos científicos. Estas ainda não me perturbaram ainda, deve ser porque a maior parte vive na Austrália Oriental.

Não quero que pensem que sou terrível, apenas prefiro os anfíbios japoneses, eu aqui e eles lá no Japão. E quanto as pererecas... Mossoró é o ambiente propício delas no momento, com as chuvas então... Elas continuam fazendo a festa e para completar ainda tem a “perereca da minha vizinha”, além de chata, pula o muro toda noite para minha área e fica com as outras numa festa só. Eu mereço!

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