Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

Curta Atibaia_O Looping (25.03.14)





Curta Atibaia_O Looping

Alô Aviadores de Mossoró! O Difusão Cultural de Atibaia, apresentou o 7º Curta de Atibaia. O Festival ocorreu nos  dias 24, 25 e 26 de março durante a Semana André Carneiro na cidade de Atibaia-SP.  

O 7º Curta Atibaia é um festival de curtas-metragens que visa estimular o desenvolvimento e a produção audiovisual municipal e regional e promover o intercâmbio cultural e artístico entre seus realizadores. Fundada em janeiro de 1981, a Difusão Cultural, entidade privada sem fins lucrativos, mantém duas unidades: uma em Atibaia e outra em Caatiba na Bahia. 

Com o objetivo de valorizar o patrimônio e a identidade dos locais onde atua, a Difusão Cultural organiza e fortalece as associações de bairros, incentiva a criação de grupos artísticos e promove a cultura e o acesso aos bens culturais. Especializada em  elaboração e gestão de  projetos através de parcerias entre os três setores: privado, público e terceiro setor  no âmbito nacional e internacional. 

Com uma organização horizontal e inclusiva, a Difusão Cultural realiza projetos em diversas frentes artísticas, de forma coletiva entre uma rede de colaboradores onde os trabalhos são compartilhados de acordo com as necessidades, disponibilidades e engajamento de cada um. 

Tive o prazer de prestigiar meu amigo Aviador Filipe Rafaeli. O Curta “ O Lopping” , ficção de 25’. Sinopse: A história de um encontro improvável entre um menino que amava aviões e um aviador que partia para a Segunda Guerra Mundial. Essa amizade perdura. O filme homenageia grandes aviadores e tem como um dos cenários o Museu da TAM. Pra mim, uma linda história de amizade e de lembranças. 

A gente se delicia com as imagens aéreas, de uma forma espetacular. E poder ter na memória cenas tão fortes e sensíveis do passado. O filme é realmente emocionante e te cativa intimamente. Não contive minhas lágrimas novamente. 

Estamos na torcida pelo seu prêmio Filipe Rafaeli. Parabéns!!




Café da Manhã na Harley Davidson em Belo Horizonte-BH_Fev 2014













http://www.bhharley-davidson.com.br

Despedida





Hoje me despeço de ti, de mim. Sem acenos medíocres, nem beijo nas bochechas rosadas, as suas ou as minhas. Adeus também não levará na sua memória, nem seu adeus a mim, nem o meu a mim mesma. Prefiro esta metamorfose de delícias que sinto, que tenho, que fantasio e que poderei nunca esquecer. E hoje minha máscara me caiu bem, esta máscara que não é um mero adereço, ela disfarça minhas cicatrizes, minhas lágrimas escuras. 

Não esquecerei de ti, nem você de mim. Esta transformação de um ser em outro, de mim em você, de você que carrego em meu balaio térmico, todos seus deleites estarão nele, e de alguma forma estarei em você, talvez presa numa caixa fosca de papelão, estarei nela mesmo assim, cintilada, etérea. Estarei num purpurinado colorido, com letras soltas, recitando poesias pra você, sim, de algum lugar ainda não definido. Estarei em ti, tenho esta certeza, de alguma forma miúda, estarei envolvida em teus braços, no meu desassossego, na minha inquietude perversa, nas minhas manias de só querer. 

E esse amanhã que nunca chega, sim o dia da minha partida, da despedida nua e crua, sinto um monte de coisas, sinto uma foice me cortar a garganta, sinto o sangue quente descendo pelo pescoço. Hoje me despeço de ti, agora já é o amanhã que nunca almejei, sem fingimentos, sem delícias, deixo-te. Deixo-te, nossos elos se partem, deixo uma parte minha, uma parte invisível e você, fica um pouco em minhas poesias afiadas, as perversas que saem da minha boca. 

Minha boca que tanto mordestes. Hoje me despeço de ti, na verdade não querendo ir, mais a parte de mim, a que me domina, esta outra parte, errante e indiscreta, que se apoderou do meu lado fraco, esta parte quer sair, fugir, ir. Estou indo querendo ficar. Aproveito este dia, que já é noite, celebrarei meu ritual, esta volúpia ardente e irei, irei por aí feito um avoante de asa partida, faltando-me penas. O baile de máscaras continua, eu num ápice esfumaçado, parto. 


Parto “sem eiras e beiras”, estros, restos e fadigas. Sigo por um caminho que não se vê, não se pode ver e trilhas estreitas, um chão impregnado de cinzas, de ossos pontiagudos, de mortos. Sem beijo doce e quente na face ou nas mãos. 

Hoje me despeço de ti, na verdade de mim, porque minha máscara de hoje não teve serventia, Ela me aguarda no final da festa, sua fantasia a mais bela da noite, Ela me ronda, me espera, me envolve no seu perfume barato, a morte.
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