Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

DI ---> VERSOS














Costumes Indígenas

Ilustração de uma cena de canibalismo conforme relato de Hans Staden, um Europeu que conviveu com os índios na época do descobrimento. Estes relatos, a nosso ver eram muito fantasiosos e refletiam mais um desejo pelo exótico fantástico do povo europeu, que a realidade dos nossos antepassados.


De acordo com relatos dos primeiros Europeus que por aqui passaram, principalmente Jean de Léry, um calvinista francês, os Tupinambás comiam seus adversários e acreditavam que com isso o espírito guerreiro do inimigo se incorporava ao seu.


Gravura de Theodore de Bry feita por volta de 1540.

















Observe nas cenas, o indivíduo branco barbudo entre os índios. Ele é Hans Staden, um europeu que viveu entre os Tupinambás após ter naufragado com seu navio no litoral de São Vicente em São Paulo. Outra cena do ritual. Após ser separado em partes o prisioneiro era assado e depois consumido por todos. Pelo requinte no detalhamento da cena, observa-se claramente a exaltação do Europeu pelo mórbido e como forma de tratar os brasileiros como bárbaros.

Gravura de Theodore de Bry feita por volta de 1540.











Por Sulla Mino

Uma pitada



Uma pitada de amor,

uma pitada de carinho,

500 ml de adoçante,

uma colhar de lágrima...



Uma pitada de paixão,

uma pitada de medo,

200 ml de solidão,

uma colher de sorriso...



Uma pitada de emoção,

uma pitada de doçura,

1 l de romance,

uma colher de namoro...



Uma pitada...

somente vale nosso amor.
















Por Sulla Mino

Insônia



Deserto toda a minha calma,

com sombras, vultos calados na janela,

paisagem caduca, triste feito guerra,

ilha, morte, silêncio...

Ajoelho-me na insônia, na mágoa,

pensamentos de barro...

As minhas súplicas rudes,

não posso fugir, não posso ir...

o que fazer com meus pequenos momentos?

Os fantasmas me enfeitam,

queimam o cigarro da noite,

roem caminhos, pisam pétalas,

colhem folhas que caem,

sinto medo,

como o andar de um bêbado,

meus gritos, meus palavrões...

deixei cair a parede que me guardava,

estou acompanhada da minha velha amiga,

a solidão,

argumentos pequenos demais

uma madrugada,

insônia...
























Por Sulla mino

Ausência de um amor



Nesta ausência que me excita,

te tenho à minha vontade,

numa tua vontade infinita,

teu nome vivo dizendo,

queimando os lábios, meu amor...

Eterno e sereno, canto e dor,

a minha vontade é fria,

ainda que tardia,

reflita que a tristeza nos dá tanta alegria,

passo horas

repassando o filme de nossa vida,

por que a felicidade tem mais sabor

quando morta?

Do amor não goza a poesia,

nem da distância,

converso comigo no meu

sonho diverso, a te supor,

muito mais que um grande amor,

me dói este momento,

como um canto lírico no ouvido,

é saudade que sinto

de um amor , partindo...













Adélia Prado



Com licença poética



Quando nasci um anjo esbelto,

desses que tocam trombeta, anunciou:

vai carregar bandeira.

Cargo muito pesado pra mulher,

esta espécie ainda envergonhada.

Aceito os subterfúgios que me cabem,

sem precisar mentir.

Não sou feia que não possa casar,

acho o Rio de Janeiro uma beleza e

ora sim, ora não, creio em parto sem dor.

Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.

Inauguro linhagens, fundo reinos

— dor não é amargura.

Minha tristeza não tem pedigree,

já a minha vontade de alegria,

sua raiz vai ao meu mil avô.

Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.

Mulher é desdobrável. Eu sou.






















CENTAURO



Metade de mim
é escultura
esculpida
pelo tempo



A outra metade
brilha errante
no céu



Inteiro,
sou mito,
mistério antigo
que virou estrela

depois de sofrer
as dores
humanas


Solange Firmino
*[Para o "Centauro" Roberto Joaldo]
















A Mula




Uma mula, sempre folgada, pelo fato de não trabalhar e ainda assim receber uma generosa quantidade de milho como ração, vivia orgulhosa dentro do curral. Era pura vaidade, e comportava-se como se fosse o mais importante animal do grupo. E confiante, falava consigo mesma:

Meu pai certamente foi um grande e Belo Raça Pura. Sinto-me orgulhosa por ter herdado toda sua graciosidade, resistência, espírito e beleza.

Pouco tempo depois, ao ser levada à uma longa jornada, como simples animal de carga, cansada de tanto caminhar, exclama desconsolada:

Talvez tenha cometido um erro de avaliação. Meu pai, pode Ter sido apenas um simples Burro de carga.

Autor: Esopo


Moral da História:

Ao desejar ser aquilo que não somos, estamos plantando dentro de nós a semente da frustração.




















Que mal fiz aceitar

um cafajeste entre

as minhas pernas?



DI ---> VERSOS









Luana Saraiva




Lindos são teus olhos, como

as jabuticabas e belo este semblante

feito o sol da manhã.


Uns detalhes soltos no corpo,

carinhos, jeitos, coragem e

fulgor.


Assim, caminhas ao longo do dia,

na passarela perfeita e colorida,

nos suaves passos e largos sorrisos.


Ninguém a deixa triste,

pois dentro de si, há um bonito baú,

com verdades e surpresas.


Aperto de mão competente tem,

um beijo quente no rosto de alguém,

um “cheiro” perfeito no dia exausto.

Segue minutos constantes...

no árduo dia de trabalho,

nos momentos à noite antes de dormir.


Andas sobre as pedras no jardim,

cultiva o plantio errado que alguém deixou,

purpurina de carinho a próxima estação.


Reina tuas virtudes no palácio da

amizade, teus sonhos na terra da

fantasia, tudo isto é real.


Alcançar a meta na vida é tua razão de viver,

os planos diários são desenhados no papel e

toda noite agradece a Deus os novos rabiscos.


Inventar a fórmula do amor não é

mais preciso, teu interior de mãe

já faz isto sem esforço algum.

Voe “Dear”, o mais alto que puder,

bata tuas asas bem forte, sinta

a brisa e só volte no alvorecer.


Além do que eu possa descrever,

existe uma rede para que possas repousar,

numa admirável sombra das árvores,

que somos nós, que cuidas com muito esmero e

nos envolve em forma de coração.



Luana é uma amiga exemplar daqui de Mossoró,

digamos que ela é quase minha irmã.

Esta foi minha homenagem para esta tão querida.



Bjks










Versos Rimados




Quando a saudade bate no peito
o tique-taque se apressa de um jeito...
Só a esperança é o meu alento
de te ouvir na voz do vento,
de ganhar o abraço apertado
do que estou, cheio de angústia, afastado;
de voltar a receber teu beijo amoroso
que me faz assim tão saudoso,
de ter de volta o teu carinho, enfim,
cuja falta me faz sofrer assim.
E o pensamento voa,
fica vagando à toa,
à noite, no balanço da escuna,
te encontro, minha estrela, linda...



Poeta Mário Rezende

mariorecanto@yahoo.com.br












Desamparo



Choro porque não me há alternativa.
Meu pranto como rio a desaguar,
água salgada não há mais o que esperar
caiem compulsivamente, gotas de dor,
de finitude, de insignificância.
É a dor que corroeu a alma fragilizada
que tentou ao mundo se adaptar
Perdeu e perdeu-se na modernidade da normalidade.
Choro a falta de insanidade,
pois pra que consciência?
Para degustar mais a crueldade?
Choro a invisibilidade do concreto,
aquilo que me acerta de forma pungente.
A água salgada a desaguar
onde irá parar?
Choro a dor do poeta
a falta de meta, o despertar de uma ilusão.



Poetisa Nilra Menezes

nilramenezes@hotmail.com














Um dia,
fugirei sem motivo aparente...
Estarei em Paris,
chorando lágrimas de alegria.


Sulla Mino











As sem-razões do amor


Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.


Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.



Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.

Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.



Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.



Carlos Drummond de Andrade


Ícaro



Nuvens carregam
o corpo sem asa
que rodopia
no vôo
sem volta


Sonho de voar
desfeito
no espaço
entre o céu
e o mar


Solange


Por Sulla Mino
Abraço



O coração fica sem argumentos,

aplaudindo o quê?

Solitário e

faminto,

recebendo medo,

pequenos momentos...

Amar!

Remédio fiel

para tempos modernos,

por quê?















A Formiga e o Pombo


Uma Formiga foi à margem do rio para beber água, e sendo arrastada pela forte correnteza, estava prestes a se afogar.

Uma Pomba, que estava numa árvore sobre a água observando a tudo, arranca uma folha e a deixa cair na correnteza perto da mesma. Subindo na folha a Formiga flutua em segurança até a margem.

Eis que pouco tempo depois, um caçador de pássaros, oculto pelas folhas da árvore, se prepara para capturar a Pomba, colocando visgo no galho onde ela repousa, sem que a mesma perceba o perigo.

A Formiga, percebendo sua intenção, dá-lhe uma ferroada no pé. Do susto, ele deixa cair sua armadilha de visgo, e isso dá chance para que a Pomba desperte e voe para longe, a salvo.

Autor: Esopo

Moral da História:

Quem é grato de coração, sempre encontrará uma oportunidade para demonstrar sua gratidão.




“ Por que a felicidade tem mais sabor quando morta? “

DIVERSOS ...















Adeus

Onde está seu coração agora?

Depois de tanto sonhar e sofrimento

agora é seu destino a desilusão.

A alegria que era sua vitória,

agora nem liberdade, nem glória.

Cadê o anjo que governou sua vida?

Nem carícia encontrou no colo de sua mãe,

nem nos braços dos homens.

Perdão, desculpas,

essas te abandonaram na hora da dor,

hoje ninguém quer notar sua ausência.

Amar um homem ou a si própria?

Descobrirás com as estrelas ou

nos velhos sonhos de infância,

no livro que está fechado.

Nenhuma razão poderá trazer-te de volta,

outra vez ficar.

A vida estava em suas mãos e

você a colocou no bolso.

Nos deixou sem um adeus, sem um sorriso,

marcas de sangue deixou...

Crianças que sofrem caladas e

sorrindo para o mundo em que vivem,

isso também deixou.




Se vestir...















“ Alguém que se veste com carinhos tristes,

se veste com nada.”

Pobre da morte...














Pobre da morte

que ainda não levou estes

pesadelos que não querem estar aqui,

estes sonhos errantes que não

querem continuar,

deste alguém louco e insensato

que mora dentro

de mim.

Não existe isca ou

contratempo algum para os poetas

terem mais tempo.

A vida morre sem destino estimado e

esta,

presa no poço aqui dentro,

é só um cadáver trancado...

O corpo estranho pede um véu,

um vestido enfeitado,

um lugar confortável para se deitar,

pobre da morte quando chegar...

Livre um dia...

Teu assédio monta guarda em meu viver,

como tumulto, desordem, alguém morrendo.

Atira-me, fecha-me,

em uma angústia, mistério qualquer,

como um medo avulso...

Vou perdendo a ousadia e o cansaço,

restando o humor, debatendo e

humilhando,

como um repentino vento ou fumaça,

como um vampiro na noite que atormenta...
Sinto a ausência do meu fingir alheio,

meu velho companheiro.

Ouço passos no coração,

batendo na porta sem razão,

inocente hora,

estou cega na tua violência,

escrava da agonia, criança doente,

ferida diria...

Embriago-me em teu feitiço,

sem sorriso, dormente no pânico,

envelhecida,

meu ventre...estou vazia...

Serei livre um dia.

POR SULLA MINO...BEIJO









“Volte ao instante que me deste,

desvirginando meu sabor de um simples

beijo que me deu...”

POR SULLA MINO / Diversos



O Negrinho do Pastoreio É uma lenda meio africana meio cristã. Muito contada no final do século passado pelos brasileiros que defendiam o fim da escravidão. É muito popular no sul do Brasil.

Nos tempos da escravidão, havia um estancieiro malvado com negros e peões. Num dia de inverno, fazia frio de rachar e o fazendeiro mandou que um menino negro de quatorze anos fosse pastorear cavalos e potros que acabara de comprar. No final do tarde, quando o menino voltou, o estancieiro disse que faltava um cavalo baio. Pegou o chicote e deu uma surra tão grande no menino que ele ficou sangrando. "Você vai me dar conta do baio, ou verá o que acontece", disse o malvado patrão. Aflito, ele foi à procura do animal. Em pouco tempo, achou ele pastando. Laçou-o, mas a corda se partiu e o cavalo fugiu de novo.

Na volta à estância, o patrão, ainda mais irritado, espancou o garoto e o amarrou, nu, sobre um formigueiro. No dia seguinte, quando ele foi ver o estado de sua vítima, tomou um susto. O menino estava lá, mas de pé, com a pele lisa, sem nenhuma marca das chicotadas. Ao lado dele, a Virgem Nossa Senhora, e mais adiante o baio e os outros cavalos. O estancieiro se jogou no chão pedindo perdão, mas o negrinho nada respondeu. Apenas beijou a mão da Santa, montou no baio e partiu conduzindo a tropilha.

E depois disso, entre os andantes e posteiros, tropeiros, mascates e carreteiros da região, todos davam a notícia, de ter visto passar, como levada em pastoreio, uma tropilha de tordilhos, tocada por um Negrinho, montado em um cavalo baio.

Então, muitos acenderam velas e rezaram um Padre-Nosso pela alma do judiado. Daí por diante, quando qualquer cristão perdia uma coisa, o que fosse, pela noite o Negrinho campeava e achava, mas só entregava a quem acendesse uma vela, cuja luz ele levava para pagar a do altar de sua madrinha, a Virgem, Nossa Senhora, que o livrou do cativeiro e deu-lhe uma tropilha, que ele conduz e pastoreia, sem ninguém ver.

Desde então e ainda hoje, conduzindo o seu pastoreio, o Negrinho, sarado e risonho, cruza os campos. Ele anda sempre a procura dos objetos perdidos, pondo-os de jeito a serem achados pelos seus donos, quando estes acendem um coto de vela, cuja luz ele leva para o altar da santa que é sua madrinha.
xxxx
Quem perder coisas no campo, deve acender uma vela junto de algum mourão ou sob os ramos das árvores, para o Negrinho do pastoreio e vá lhe dizendo: "Foi por aí que eu perdi... Foi por aí que eu perdi... Foi por aí que eu perdi...". Se ele não achar, ninguém mais acha.



Informações adicionais:
xxxx
Origem: Fim do Século XIX, Rio Grande do Sul.

Alguns folcloristas afirmam que o Rio Grande do Sul tem uma única lenda sua, criada às feições locais, que é a do Negrinho do Pastoreio.

Ela não tem ligação alguma com a lenda do Saci brejeiro que de cachimbo apagado ataca, à noite, os viajantes. O Negrinho ou Crioulo do pastoreio, é exclusivamente gaúcho, pelo seu feitio, pelo seu papel na vida campeira e pelo próprio martírio, que é um dos tantos episódios reais da escravidão, ele se afasta por completo do Saci. A única semelhança existente entre ambos é de serem negros.

Alguns historiadores afirmam que em São Paulo o Saci também encontra objetos perdidos a troco de ovos frescos. Mas este não está associado à idéia cristã. Barbosa Rodrigues, conhecido folclorista, inclui o Negrinho do Pastoreio como um símile do Saci. De fato, as características do Saci, realmente, não se encontram no Negrinho do Pastoreio. Nem os vícios nem as diabruras.

O Negrinho do Pastoreio é uma lenda cristã, divulgada com finalidades morais. O Negrinho é sem pecado, uma vítima. Perdendo duas vezes a tropilha que acha miraculosamente, o Negrinho, por associação natural, é padroeiro dessa atividade nos campos gaúchos. Trata-se de uma lenda puramente regional.


---> FACA ESQUECIDA
















Sobre a mesa uma faca de dois gumes,

afiada e virgem...

Uma mulher jogada na cama,

de camisola rosa e

punhos limpos...

A televisão ligada para nenhum

telespectador,

a luz do corredor acesa,

restos de cigarro no cinzeiro,

o escritório desarrumado,

uma carta de adeus no chão...

Um copo sujo de cerveja,

um lenço de pano molhado junto a pia

do banheiro...

A porta da sala aberta e o portão

destrancado,

na secretária a despedida do amante...

A embalagem de calmante e um

copo d’água no criado mudo,

ela adormeceu e não pode fazer o

que realmente queria.

DIVERSOS






















Vale a pena seguir...

Levantar de um tombo falso,

Chorar não mudará o rumo.



















A insônia voltou



Estou mergulhada no medo,

novamente trancada na insônia,

laços de palavras que me prendem,

amarram meu silêncio,

retardo...

Fugitiva da vida estou de novo,

ordeno meu fingir e ele não obedece,

estou maltratando a solidão.

Meu corpo covarde desmancha na noite,

deito no leito de ilusão

e penso-te,

a taça de vinho no canto da sala,

a caneta cai da minha mão,

choro, choro, choro...

Vou caminhando pelo corredor escuro,

desmaio...

Ouço distante somente um bom dia,

já é manhã,

finjo que nada aconteceu.











Por Sulla Mino

Arte




Aflito-me em teu corpo sem quê,

nem por quê,

sinto teu gosto, sonhando talvez,

como calafrios e vultos de prazer...

Deito-me em teu pensamento,

talvez com medo de acordar só

estando bem acompanhada...

Não pode ser sonho,

quando pinto teu rosto na minha tela

ou quando molho meus lábios em teu suor...

Estou amando ou brincando de arte!

Meu ego louco,

pintar um quadro que nunca vai

para a parede,

um amor que nunca sai da cama,

uma frase que nunca sai da boca,

tento enganar a noite,

agora já dia,

volto e cochilo.












Por Sulla Mino

À Lúcia C. Tatsukawa

Arco-íris




Viajar em suas linhas como

nas do trem,

“voar” no céu azul que aparece em

sua volta, como em volta de

torres e arranha-céus ou

simplesmente

apreciar como apreciamos Eiffel.

Procurar um pote de ouro ou

duendes verdes no seu fim,

afinal o que tem no final do

arco-íris?

Imaginar é o segredo, criar

a própria arte na dúvida.

Ilusões de uma nova era,

de um novo tempo,

de um habitat oculto,

de promessas, riquezas,

moedas, ouro...

Apreciar somente como

um nudismo barato e

hipocrisia moderna.

O nosso arco-íris de hoje

não se pode escrever, apenas

descrever suas cores e

revelar que existe no seu fim

uma simples letra s.




O Gato e o galo


Um gato, ao capturar um galo, ficou imaginando como achar uma desculpa, qualquer que fosse, para justificar o seu desejo de devorá-lo.

Acusou ele então de causar aborrecimentos aos homens, já que cantava à noite e não deixava ninguém dormir.

O galo se defendeu dizendo que fazia isso em benefício dos homens, e assim eles podiam acordar cedo para não perder a hora do trabalho.

O gato respondeu; "Apesar de você ter uma boa desculpa eu não posso ficar sem jantar." E assim comeu o galo.

Autor: Esopo

Moral da História:

Quem é mau caráter, sempre vai achar uma desculpa para tornar legítimas suas ações.









Contos que conto... Alina




Alina caminha na pequena rua de paralelepípedos próxima a sua casa, com um vestido longo, pés descalços e seu pequeno ursinho tufo na mão. Saltitante, cantarolando uma cantiga, seguia em direção a pequena loja de conveniências da sua mãe e ao chegar se depara com a porta de vidro fechada e um aviso: “Fechado por motivo de falecimento”, Alina ficou sem entender porque não lembrava quem havia morrido na família, resolve ir até a sua casa.



Novamente saltitando pelas ruelas do seu bairro e chegando a sua casa não consegue entrar, portas e janelas fechadas, da à volta pela rua de cima, em vão, tudo trancado...


Caminha, caminha, ainda saltitante pelos becos e ruas estreitas, as lojas fechadas, tudo deserto, ninguém nas ruas ou calçadas, somente Alina, como se fosse a única pessoa no bairro, já escurecia, começa um vento brando, Alina se pos a chorar, como fazer se não consegue entrar em casa? Como não chorar se não encontra sua mãe? Quanto mais Alina chorava, mais aquele bairro ficava nebuloso, o céu fechava...



Já é noite, Alina perambula pelas ruas sem saber o que fazer, com fome e sede, com apenas treze anos começa a sentir o medo de estar só, sente falta de sua irmã Lita de sete anos, de sua mãe, seu pai, dos vizinhos e amigos, da escola...


Mais uma volta pelo quarteirão até chegar na casa de Dona Nana, uma velha asquerosa que sabe de tudo um pouco que acontece na vizinhança, bate em sua porta e grita pelo seu nome em vão.


Será que todos estão de luto por causa da morte que houve? Alina se perguntava, sentou na beira da calçada e se pos novamente a chorar e a pensar nas pessoas, nas coisas boas e ruins que já fez em sua vida, pouca vida...Aceitando seu estado, Pegou no sono.


Pela manhã se assusta com o sol no rosto, com o barulho da buzina de um carro e a sua frente o vai e vem de pessoas, as lojas abertas, o movimento comum no bairro, crianças indo a escola, sua irmã com a bicicleta nova na calçada brincando, Dona Nana na janela conferindo as últimas novidades, Sr Élson vendendo os primeiros pães, seu pai sendo levado algemado para o Distrito Policial, só não conseguia ver sua mãe...

Sai correndo, ninguém notava a sua presença mesmo, saiu como uma louca, com o seu tufo na mão, com os pés sujos por estar descalça, correu por entre tudo aquilo que acontecia na sua frente...


Ao chegar no bosque da saudade, cemitério da cidade, a vista ao longe sua mãe sentada na grama chorando... Foi se aproximando e mesmo pisando nos galhos secos das árvores caídos no chão, fazendo ruídos e estalos, sua mãe não notou sua presença e somente chorava e gritava: - Ele não podia ter feito isso!


Alina pode ler na lapide que sua mãe acariciava no momento...

“Minha filha querida Alina”.



Conto apresentado no programa "Entre no Clima", na Tv a Cabo de Mossoró, no quadro "Contos Fantásticos", Narração: Sulla Mino Ilustração: Neto Silva.




"O ser humano vivencia a si mesmo, seus pensamentos como algo separado do resto do

universo - numa espécie de ilusão de ótica de sua consciência. E essa ilusão é uma espécie

de prisão que nos restringe a nossos desejos pessoais, conceitos e ao afeto por pessoas mais

próximas. Nossa principal tarefa é a de nos livrarmos dessa prisão, ampliando o nosso círculo

de compaixão, para que ele abranja todos os seres vivos e toda a natureza em sua beleza.

Ninguém conseguirá alcançar completamente esse objetivo, mas lutar pela sua realização já é

por si só parte de nossa liberação e o alicerce de nossa segurança interior".





- Albert Einstein

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