Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

A MULHER QUE EU AMO --> Mário Rezende



A MULHER QUE EU AMO

Pode parecer egoísmo, eu sei.
Aliás, eu sou assim, e pronto!
A mulher que eu amo
é minha só, de mais ninguém.

 Dividir não é amar,
pelo menos o seu amor por um homem,
condimentado com desejo, amor e sexo.

Minha mulher é indivisível,
mesmo que ainda não seja tão presente.
Eu não abro mão de ocupar o meu lugar
Ao lado da sua alma e na sua cama.

A mulher que eu amo
não é uma conquista qualquer,
é o encaixe perfeito
do meu corpo de homem
com o seu de mulher,
da ternura recíproca,
dedicação exclusiva,
não importando o lugar
onde o encontro se der.



Amigas?!





2014, um ano inovador e cheio de surpresas... Tem-se cumprido esta frase em meus dias. Tenho amigas igual a pote de vitamina, de A a Z. A vitamina te faz bem, é boa até para os ossos, mais amiga... Nem sempre é o melhor remédio. A gente acha que conhece as pessoas, estamos tão enganados! E acho que realmente não estamos prontos para perdas, seja ela qual for. Perdi uma pessoa querida, não de morte morrida ou matada, perdi instantaneamente... Anos de momentos bons e de repente, que nem miojo preparado em noite de sábado, ela se foi... Mentalmente. 

O pior da história toda, de nossas vidas, é que não fizemos nada uma a outra, apenas paguei um preço, por ser amiga também de outras pessoas, e estas outras pessoas que hoje não são mais amigas dela, da amiga que mentalmente perdi. Como não ficar triste? Tenho amigas que conquistei e que fazem 20, 10 anos de convívio, não dia-a-dia mais, porque sou uma eterna andarilha, ainda bem que o poder da tecnologia me abraça firmemente, mais eu as tenho e cumpro meu dever de amiga, sempre. Outras  amigas conquistei tem pouco tempo, 03...04 anos...E mesmo não podendo nos ver sempre, sempre que podemos tomamos um café, trocamos mensagens no Whatsapp ou fotos pelo Facebook, mais eu as tenho e com muito carinho preservo-as. 

Então, esta amiga que se distanciou de mim, era uma dessas de 03 anos, trocávamos figurinhas e tricotávamos e sempre numa oportunidade nos víamos pessoalmente e era legal, embora um errinho aqui e outro ali, era legal, risadas eram certas... Nunca tinha perdido uma pessoa desta forma, sem explicação ou justificativas... Sem adeus ou um por quê para tal situação. 

Por que me sinto triste? Sempre achei que poderíamos mudar as coisas, acertar os erros, dar ideias as coisas desajustadas... Percebi que não, não somos aptos para tais coisas, acho que não deveríamos investir tanto, porque a dor é muita, mesmo sabendo que apenas alguns quilômetros nos separam, sinto em nossa mente este espaço é muito maior, é uma lacuna eterna, um abismo de interrogações! 

E o abismo é escuro, e seus ecos apavoram, trazem à tona lágrimas tristes e pensamentos menores... Mais aprendi também, nesta vida de labuta diária, que devemos continuar, outros momentos surgem, outros amigos são conquistados e outras lembranças preenchem espaços mortos. 

Perdoo este episódio em minha vida, perdoo a amiga que se foi, se não me olhou nos olhos ou não aceitou uma xícara de café e um proseado, mesmo que poético, não valia à pena. Sei esquecer quem me fez mal, mais jamais esqueço quem realmente me faz bem, e hoje me sinto tão acalentada, que nem preciso dos meus amigos irreais, os poucos reais me bastam! 

Remediada estou.

Contos que conto-->Lembranças de uma Flor...





Desembaço o espelho e limpo o borro de maquiagem no canto do meu rosto  fatigado e ele volta a ser pálido. E o espelho volta a ser leve... E eu volto ser eu. E minhas pétalas caem suaves no chão, vou me desfazendo calmamente... Pétala por pétala e espinho por espinho. E sinto que já não sou tão uma flor assim, que dia-a-dia me desfaço e nunca volto inteira, nunca retorno completa. 

Então, no meio deste caos de ir e não vir mais única, eu resolvi guardar todas as minhas lembranças, no canto esquerdo de mim, as lembranças inteiras primeiro. Será que intensamente viverei com elas guardadas em mim? Minhas lembranças são cacos infinitos e mesmo assim, prefiro tê-los, sufocando-me absurdamente, que catar todos os dias minha pétalas malditas de amor. Resolvi refazer friamente tudo dentro de mim, todos os passos andados e labirintos percorridos, tentar me recriar mentalmente. Estou guardando todas as minhas lembranças... E quando penso nelas, me acalmo e me afago. E me alcanço livremente em meados de alguma década atrás, cantarolando versos de amor no banheiro, um banheiro pequeno e apenas uma vela acesa no chão. 

E mais tarde pensei eu quando menina, tive um amor e este amor me ronda em sonhos, esse amor que há muito não me deixara dormir e nele quero pairar as minhas agonias, quero tê-lo e beijá-lo em meus pesadelos atuais. Quero poder lembrar da única vez que a morte não me perseguiu, uma única vez em que ela não me atordoou com meus medos e friamente não me convidou para brincar. Penso nela vez ou outra, em seus passos que eram mansos no corredor da casa. 

E penso muito mais nos instantes cristalinos na praia, noites quentes de verão e mesmo assim a areia era gostosa e macia nos pés e o estúpido e maravilhoso som das ondas batendo nas rochas, instantes que deveriam ser eternizados dentro de mim. Quero também guardar todas as danças na chuva, meu eu virgem e minhas doces palavras de amarguras, as tentativas insanas de achar tesouros pelo mundo afora. E mesmo que minhas pétalas não sejam lindas e perfumadas, elas se vão, e mesmo que eu não vire santa depois disto, continuarei destecendo o pavio da minha vida. 

Continuarei estúpida, feito Ícaro e suas asas derretidas e melancólica  igual noiva deixada no altar.  Continuarei lembrando minhas delícias escondidas e trancadas minhas manhãs de outono. E mesmo frívola e sombria, guardarei as lembranças todas, porque sou feita de instantes pequenos e momentos delicados. Pétalas ao vento... Cacos no chão... Memórias doces e sendo eu tão erradia nas noites de sábado, não importa... Mesmo sem pétalas macias e perfumadas, estou coberta de prosas e versos, explodindo em palavras de desamor... Ideias e argumentos poéticos. 

Isto basta!... Escreverei assim meu poema de amor. Mordam-me ou me matam de uma vez! Serei uma margarida inocente ou um lírio estúpido? Uma tulipa amaldiçoada ou um jacinto solitário?

Porque ainda não sei se sou apenas uma semente perdida tentando ser flor ou um sonho bom.
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