Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

Por Sulla Mino...


















LETRAS MAIúSCULAS


Acha que sou pequena demais?

as LETRAS MAIúSCULAS que rabisco

não bastam?

Não maltrate quem quer crescer.


Por Sulla Mino ... Naquele Caminho ...


















Meus poucos pedaços vagavam naquele caminho,

longo, indefinido e incompleto pela vida,

não detalhado, não construído ainda.

Eu caminhava por entre delírios e medos,

meu corpo não queria viver,

eu queria desistir...

Eu estava diante do mais profundo abismo,

jamais pensei que existia.

Eu já caminhava séculos e séculos,

só um amor traria meu viver novamente,

eu sentia a dor de estar só,

algo que nunca quis fazer, cair...

Eu queria mesmo era mergulhar,

rolar como um galho seco,

encostar minha cabeça em teu peito,

pôr-me na tua cama de volta...

Imaginava um beijo na nuca

me derrubando,

levando-me à falência,

se a vida tivesse insistido não teria me jogado...

O silêncio escondeu a saudade que chorava,

eu era somente um diário trancado

caindo no abismo do amor.

Victor e Léo em Mossoró ...

Pois é...Ninguém é de ferro, eu não seria diferente. Ser muito certinha o tempo inteiro cansa... kkk...Fiz questão de ir ao Aeroporto de Mossoró e ver os meninos de perto...Educados, bonitos...
Tirei umas fotos, peguei autógrafo ...E consegui oferecer meus parabéns ao meu "poeta" Victor, sim...Ele olhou em meus olhos, meio tímido e agradeceu ...kkk ...Falar de amor é coisa difícil, não faria tão bem quanto ele...

Contos que conto...Elevadores da Rua 15


Lá está o prédio velho da Rua 15 no bairro de Gerion...

Um prédio antigo, a pintura precária e acabada pelo tempo, esquecido pelos arquitetos e abandonado pelos pedreiros...

Os elevadores, daqueles com grades que nós mesmos manuseamos para fechá-los e quando fecham. Pelo menos uma vez por semana eles param de funcionar por uma hora, e os felizardos desta vez eram Dênia e Mário.

Dênia, moradora do 12º andar, uma jovem de 22 anos, seus cabelos tingidos de loiro, roupas exageradamente curtas, piercing no umbigo, desempregada, sustentada pela mãe, além desta jovem ficar horas ao telefone, passa as tardes ensaiando coreografias para as festas nos fins de semana, de preferência Bailes Funks e sabendo da rotina do seu vizinho de baixo, aí que insistia em passos que batessem bem com os pés.

Já o Sr. Mário, o vizinho do 11º, gosta mesmo de sua vida vazia e sem graça, da sua solidão e não gosta muito de ser incomodado. Aposentado e sem ter muito que fazer, Mário passa horas de sua vida lendo seus fiéis livros de Literatura, nos fins de tarde um bom chá de Cidreira e beirando à noite nada melhor que assistir ao Jornal.

Mas, quem disse que tem sido possível? Mário não agüenta tanto barulho da vizinha, não tem conseguido se concentrar em suas leituras e não consegue mais estar no vazio de seu apartamento.

Então resolve tomar satisfação com sua adorada vizinha e esta resolve no mesmo momento perturbar a paz de Sr. Mário, quando um dos elevadores desce, já com Dênia dentro, Mário entra e aí começou a sem inibição alguma, um tremendo bate papo, mais para “bate”, do que “papo”, o elevador resolve parar no 8º andar... Pronto! Prato feito para quem quer discutir...

Dênia sem vergonha nenhuma disse que o velho, além de ser velho, é um idiota, por ficar trancado num apartamento minúsculo lendo livros velhos e enquanto ela é feliz, sai nos os fins de semana, beija muito, arrasa nas suas coreografias nas festas, está sempre ligada nos papos modernos e ouve as melhores músicas todos os dias no rádio.

- E você?

Perguntava ela...

- Só sabe reclamar do barulho, do rádio alto, bla, bla, bla...

Sr. Mário se defende dizendo:

- Não sou cruel comigo mesmo, não me sujo no mundo, não perturbo a vida alheia, não sou o submundo, nem o avesso das coisas, não finjo ser feliz e nem perco meu tempo dançando para platéia nenhuma.

Uma hora depois.

Resolvido o problema no elevador, Dênia vai para seu apartamento com todas as palavras do Sr. Mário em sua cabeça. Se pos a chorar e percebeu como sua vida era sem graça e inútil, que perdia seu tempo para coisa alguma, Dênia não era suficientemente inteligente para entender o que o vizinho dissera, então, pela manhã, tomou uma dose de veneno, pegou um livro de Literatura antigo, foi até o apartamento de Mário, só que o elevador parou com Dênia dentro e o veneno começando a fazer efeito.

Sr. Mário, depois de passar a noite pensando no bla, bla, bla da vizinha, viu que realmente sua vida era vazia e sem graça, que precisava fazer alguma coisa alegre e diferente, então pela manhã, pegou o outro elevador para ir ao apartamento de Dênia e contar a boa nova, dentro do elevador, ele dançava e cantava para platéia nenhuma.

O elevador mais uma vez parou.

Os dois elevadores parados...

Nenhuma platéia...

Dênia com o veneno tomando conta e seu corpo debruçado sobre o livro.

Sr. Mário no outro elevador dançando “Crew, Crew...”.


Crônica por Sulla Mino...Celso

Estou neste hospital há dois meses, o quarto meu fiel companheiro, as paredes frias me trazem lembranças... Sinto cheio de sangue e éter.

Resta uma notícia somente pra eu saber se vou para casa ou se fico nesta tortura insana de um quarto pálido.

Sou Celso, tenho 57 anos e tive sei lá o que e vim para cá, este asilo de corpos gelados. Acho que meu coração não é mais o mesmo e nem ao menos sei se preciso de alguma cirurgia ou talvez eu realmente tenha pouco tempo.

Às vezes, me sinto fora daqui, como num sonho, caminho por lugares que sempre quis ir quando menino, embora as calçadas diferentes e as árvores maiores.

Quando tomo meu remédio às dez da noite, vou ficando sonolento e quando me dou conta, estou lá... Lá de onde vim, do subúrbio de São Paulo, lá mesmo, naquela calçada de casas, brincando com meus amigos antes do jantar e quando me atento no que faço de melhor, um belo gol de bicicleta, me assusto com uma bela enfermeira conferindo minha pressão ou se meu coração ainda vive.

Todo dia é assim mesmo, viajo em minha própria imaginação, muitas vezes cenários estúpidos de minha mente vazia.

Num belo domingo de sol forte e minha cabeça sã, tive uma idéia para amenizar meu gosto, embora penso ter tido outro sonho:

- Bom dia, é da recepção? Eu gostaria de falar com alguém que me desse informações sobre um paciente. Queria saber se certa pessoa está melhor ou piorou...

- Qual e o nome do paciente? A voz suave da enfermeira do outro lado soou.

- Chama-se Celso e está no quarto 302.

- Um momentinho, vou transferir a ligação para o setor de enfermagem...

- Bom dia, sou a enfermeira Lourdes. O que deseja?

- Gostaria de saber as condições clínicas do paciente Celso do quarto 302, por favor!

- Um minuto, vou localizar o médico de plantão.

- Aqui é o Dr. Carlos plantonista. Em que posso ajudar?

- Olá, doutor. Precisaria que alguém me informasse sobre a saúde do Celso que está internado a dois meses no quarto 302.

- Ok, meu senhor, vou consultar o prontuário do paciente... Um instante só! Hummm! Aqui está: ele se alimentou bem hoje, a pressão arterial e pulso estão estáveis, responde bem à medicação prescrita e vai ser retirado do monitor cardíaco até amanhã. Continuando bem, o médico responsável assinará alta em três dias.

- Ahhhh, Graças a Deus! São notícias maravilhosas! Que alegria!

- Pelo seu entusiasmo, deve ser alguém muito próximo, certamente da família?

- Não, sou o próprio Celso telefonando aqui do 302!

É que todo mundo entra e sai deste quarto e ninguém me diz nada.

Eu só queria saber como estou...

Foi um domingo tranquilo, a noite não tive pesadelos e minha vontade de voltar para casa tinha aumentado, meu coração já batia melhor.

Por Sulla Mino...Insônia
















Deserto toda a minha calma,

com sombras, vultos calados na janela,

paisagem caduca, triste feito guerra,

ilha, morte, silêncio...

Ajoelho-me na insônia, na mágoa,

pensamentos de barro...

As minhas súplicas rudes,

não posso fugir, não posso ir...

o que fazer com meus pequenos momentos?

Os fantasmas me enfeitam,

queimam o cigarro da noite,

roem caminhos, pisam pétalas,

colhem folhas que caem,

sinto medo,

como o andar de um bêbado,

meus gritos, meus palavrões...

deixei cair a parede que me guardava,

estou acompanhada da minha velha amiga,

a solidão,

argumentos pequenos demais

uma madrugada,

insônia...

Música by Sulla Mino ...Rio de Janeiro, 1999. Música (cantada por um grupo de jovens na igreja Filadélfia no RJ)












Para o meu amor



Eu estava com o amor dentro de mim,

meu coração agindo errado,

ele estava magoado,

sem ninguém com tanto amor a dividir,

não preciso mais falar o que sofri,

eu estou aqui livre pra sorrir.


Rolavam em mim as lágrimas, a dor,

estava com medo da vida,

estava com medo de amar,

sem ter asas fortes pra poder voar,

eu não quero mais a solidão, ferida no coração.



Para o meu amor,

crescer, vencer, viver,

E não mais sofrer,

para o meu amor, você,

não desaparecer.



Eu estava com a solidão dentro de mim,

meu coração ainda errado,

ele estava assustado,

com um vazio, um incompleto, algo assim,

eu não quero mais falar o que sofri,

esqueça dos segredos, eu estou aqui.


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