Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

Mulher ... Por Gilka Machado...(08 de Março- Dia Internacional da Mulher) ... Eu Mereço!!




Ser mulher, vir à luz trazendo a alma talhada
para os gozos da vida, a liberdade e o amor,
tentar da glória a etérea e altívola escalada,
na eterna aspiração de um sonho superior...

Ser mulher, desejar outra alma pura e alada
para poder, com ela, o infinito transpor,
sentir a vida triste, insípida, isolada,
buscar um companheiro e encontrar um Senhor...

Ser mulher, calcular todo o infinito curto
para a larga expansão do desejado surto,
no ascenso espiritual aos perfeitos ideais...

Ser mulher, e oh! atroz, tantálica tristeza!
ficar na vida qual uma águia inerte, presa
nos pesados grilhões dos preceitos sociais!

Máquina do amor...Contos que conto...Por Sulla Mino

Alício não se conformava em ser apaixonado por uma mulher bem mais jovem que ele. A família não permitiria o namoro, nunca.
Estamos no meado de 1770, Alício inventou a máquina do tempo, carinhosamente apelidou-a de “Máquina do Amor”.
Mesmo com pouco recurso, conseguiu criar uma máquina capaz de congelar o corpo humano por longo tempo.
Organizou tudo em um lugar secreto, avisou a família que iria ficar alguns anos fora para concluir uns estudos. Trancou-se no lugar e com sua habilidade de manusear equipamentos e ferramentas, tudo muito complicado de se entender e para a época, era capaz de ser considerado louco.
Então, se autocongelou, deixando tudo pronto para automaticamente se desligar daqui a cinco anos, seria o suficiente para começar um lindo romance. E nosso cientista louco, porém apaixonado idealizou sua façanha.
Estamos chegando no ano 1805. Algo deu errado, nosso cientista se descongela quase trinta anos depois.
Quase ninguém vivo de sua família, ele, já considerado desaparecido pelas autoridades...
Foi de encontro à sua amada... Não o deixaram entrar, achando que era um louco pedindo esmolas, também, com aqueles trajes de 1770.
Estava Dora, sua amada, na cama beirando a morte, no seu fim de vida, com uma doença maligna... Já não falava... Já não sorria...
Seus quatro filhos, seus sete netos, todos somente aguardando o momento...
Alício na calada da noite consegue chegar ao quarto de sua amada, às escondidas... Desesperado... Chorava.
Não se conformando com o que estava acontecendo... Colocou a amada nos braços e saiu com ela pela janela.
No seu esconderijo, coloca Dora, sua amada, na “Máquina do Amor” e programa sua geringonça mais uma vez...
Estamos em 2009, um grupo de investigações arqueológicas estão escavando o “Vale de Vecnu”, havia uma cidade neste lugar, não sobrou nada, desde uma tempestade de areia, há muitos anos trás.
Eles trabalham árduos, na procura de algo que pudéssemos entender o pensamento humano, em civilizações antigas.
Encontram na parte rochosa e soterrada da cidade, algo estranho, uma caixa grande, não conseguiam descrever direito o que era, algo muito antigo, de uns duzentos anos atrás, com uma ossada dentro, provavelmente de uma mulher.
Uma outra ossada debruçada sobre o objeto sinistro, provavelmente de um homem.

Pedra do Ingá, interior da Paraíba-PB

A Pedra do Ingá é atualmente um dos monumentos arqueológicos mais significativos do mundo, situada no município de Ingá no interior da Paraíba. Além de ser um dos mais belos e até pode ser nomeado intrigante e interessante.
Trata-se de um conjunto de pedras, onde há inscrições, cujas traduções são desconhecidas. Têm sido apontadas diversas origens, e há quem defenda origem extraterrestre.




Nessas pedras estão esculpidas várias figuras diversas, representando animais, frutas, humanos, constelações e até a Via Láctea.





Queria ... Por Sulla Mino

















Queria ser somente pura
de argumentos, de palavras,
pensamentos e controvérsias.
Nada quero ser além de um
rio e suas correntes,
nada de mar, de profundezas...
Ou que nascesse em mim
humildade, uma adolescente
mansa, flor sem espinho.
Essa ânsia das coisas simples...
Queria profundamente não ser
tão desigual,
tão absurda no meu perfume,
no meu capricho,
tão errante...
Queria mais liberdade no acordar,
mais privacidade na madrugada,
queria não ser “eu” por enquanto.

“Uma voz feminina no mundo do folheto” - Parte I...Por Sulla Mino


Descrevo com letras tremidas de alegria minha leitura no livro “Uma voz feminina no mundo do folheto” da autora Maristela Barbosa de Mendonça. O livro traz a saga dos Nunes Batista - desde 1850, uma família de cantadores e poetas populares, uma família a qual faço parte hoje, jogada sem querer e confesso que adorei, sou casada com Henrique Batista Pimentel, neto de Maria das Neves Batista Pimentel. E venho relatar a importância da mulher desde tempos remotos. Maria das Neves, poetisa popular, publicou seu primeiro folheto em 1935, sob o pseudônimo de Altino Alagoano, seu esposo. Preferiu usar o nome do marido para poder vender os folhetos, na época as mulheres assim o faziam, se escondiam, usavam máscaras.
Algumas biografias desta ilustre poetisa: O Corcunda de Notre Dame, As Mocinhas de Hoje, O Violino do Diabo...
A pesquisa neste livro privilegia a obra e relatos de vida de Maria das Neves. Os depoimentos desnudam a história da família, cujo berço é a Serra do Teixeira e seus relatos redimensionam a história da literatura oral, ao nível da cantoria e aos cantadores da família como Nicodemos, Nicandro e Ugolino Nunes Batista e ao nível da poesia popular de seu pai, o poeta popular Francisco das Chagas Batista.
O livro que descrevo procura conjugar a dimensão da memória e obra, relatos de vida e análise textual, tenta estabelecer a influência da mulher em três competências: mulher autora de folheto, personagem de uma comunidade poética e testemunha da história da literatura oral. Relata peleja entre Inácio da Catingueira e Romano de Mãe D’água.
Na “Antologia da Literatura de Cordel” pelo pesquisador Sebastião Nunes Batista (tio avó do meu esposo), que inclusive tenho o exemplar autografado pelo próprio e oferecido a sua irmã Maria das Neves no dia 11 de julho de 1977, eu apenas com dois dias de nascida, claro que é emprestado, aprendemos a importância do Cordel, origens, grandes nomes desta belíssima literatura, capas de folhetos ilustradas por Tipografia, traz cordéis e pelejas de grandes autores, fascinante demais, nem tenho tantas palavras para descrever o que li. Quem sabe eu não aprenda fazer uma sextilha pelo menos?
Maria das Neves trabalhava na Popular Editora com o pai, usavam os moldes de folhetos em sua forma 12cmx16cm, os mais antigos. Francisco das Chagas acompanhou seu parente Antônio Silvino e produziu vários folhetos que contavam a trajetória no cangaço. Muitos folhetos eram distribuídos em Macau-RN. São tantas passagens interessantes e fascinantes aos nossos olhos.


Continua ...

Meu Céu...Por Sulla Mino

Estou aqui cafona,
desencadeando versos e desamor
no meu momento noturno,
a madrugada me faz companhia,
enquanto meu espírito vaga espionando
o meu passado tolo ou
qualquer excesso,
nenhum susto me faria voltar para a cama.
Quando estou acordada,
estou em Paris e
ninguém rouba este momento, 
esta filosofia,
o que  me faria dormir?
Uma revoada de lágrimas, talvez...
Vou mendigando de porta em porta
à procura do céu,
provando morrer,
querendo viver,
fitando estrelas até amanhecer.


Doce Visão...Por Mário Rezende




















Na doceria,
ela é um docinho,
Deborah, adivinhei o seu nome?
Presumi pela correntinha
enfeitando o pescoço,
um pingente dourado
como seus cabelos,
na forma da letra D
adornava o seu peito.
Sorriso de nuvens bem branquinhas,
suspiro num céu claro, todo azul.
Olhos de mel,
lábios de chocolate,
doce deleite
a imagem que ela mostrou
para mim, abobalhado.
Foi embora ciente do meu olhar açucarado.
Pipocas! Esqueci do sorvete,
derreteu e não aproveitei.

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