Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

By Sulla Mino --> Náufragos



Estamos sem respostas

neste tempo que aqui não passa,

no submundo dos avessos,

no vazio velho e perdido.

O horizonte tão distante de nós,

não vemos velas ou iates,

temos o sol escaldante da manhã e

só podemos sentir no rosto o frio da noite,

esta vista fora da varanda.

Quanto tempo ainda nos resta?

Somente som de ondas, sem palavras, sem rimas.

Acendemos a fogueira a lembrar luzes de Las Vegas,

brindamos com água de coco,

sentindo o gosto de Black Label,

fitamos estrelas, mesmo com o rosto sujo de

lágrimas e ao amanhecer a diversão é

desenhar na areia SOS.

Somos náufragos de um

momento que não volta mais,

de um instante que se perdeu no meio do nada,

nada nos bolsos e paletós,

lembranças nas mentes e

muita vontade de voltar para casa.

O sabor salgado não sai da boca,

a pele já muito bronzeada,

os cabelos já estão grisalhos,

quanto tempo estamos assim?

Não sabemos se o mundo lá fora

é melhor agora,

no vai e vem de automóveis,

ruídos de máquinas modernas,

fome, guerra, traições e doenças.

Somos náufragos de tolices,

o melhor é ficarmos ilhados...

Sem modernidades?

O problema é não poder voltar,

agora nada, nada, nadar.

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