Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

Poesia por Raí Lopes --> NOITES DE SOLIDÃO...








Desordenadamente, tenta expor o pensar,

E sucumbe ante a fraqueza do corpo.

Versos que, ingloriamente, rabiscados,

Não deixam passar o devaneio da alma,

Expõem, friamente, a agonia de uma noite sem fim.


Sua imaginação teima em levá-la para longe da solidão,

Num antagonismo crônico de quem prefere a felicidade

Ao avesso da batalha da incredulidade e do desfalecimento.


Entretanto, as horas passadas, em comunhão com a dor,

Revelam o pesadelo quase clandestino de sua amargura,

Que, desenhado em escrita declamada de lembranças,

Sob o manto sagrado das noites desérticas sem amores,

Morre, poeticamente - e diariamente -, a cada amanhecer.

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