Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

Superstições --> Parte I


É comum ouvir que nós, brasileiros, somos um povo muito supersticioso. Você sabe o que isso significa? Uma pessoa supersticiosa possui apego infundado a qualquer coisa que lhe dizem, crê em fatos sem fundamento real, segue conselhos que nascem da crendice popular. É algo que passa de avós para netos, entre amigos, de geração a geração. 
É a crença sobre relações de causa e efeito que não se adequam à lógica formal não fundamentada ou assentada de maneira irracional no ser humano que podem estar baseadas em tradições populares, normalmente relacionadas com o pensamento mágico. A Superstição é uma espécie de crendice popular que não possui explicação, muito menos científica. 
Elas são criadas pelo povo e assim segue tempos afora. O supersticioso acredita que certas ações como rezas e curas, feitiços, maldições ou outros rituais, podem influenciar de maneira transcendental na sua vida. Conversando com a Mari Yoshioka, uma amiga aqui de Atibaia, sobre estas crendices, me chamou a atenção ao fato de aqui na cidade acreditarem que se varrerem a sujeira do estabelecimento para fora, o cliente não volta. Trocamos ideias sobre superstições tão bobas, que as risadas foram muitas. Resolvi pesquisar e escolher algumas. Delicie-se e curta este incrível mundo mágico. 
As superstições sem base na razão ou no conhecimento são chamadas de pseudociências, como a adivinhação; o tarô; a astrologia e tantas outras. A superstição da sabedoria e do senso comum é que afirma existir uma relação causal entre os acontecimentos devido a forças supranormais, como o destino; poder invisível dos ritos mágicos e dos espíritos. 
Existem as superstições mais comuns, separei uns exemplos bem legais, como: Se sua orelha esquentar de repente, é porque alguém está falando mal de você. Na idade média, acreditava-se que os gatos pretos eram bruxas transformadas em animais. Por isso a tradição diz que cruzar com gato preto é azar na certa. Aranhas, grilos e lagartixas representam boa sorte para o lar. 
Matar uma aranha pode causar infelicidade no amor. Colocar uma vassoura com o cabo para baixo atrás da porta faz as visitas indesejáveis irem embora logo. Se caso você pisar em uma divisa da calçada, isso causará dores no corpo. As superstições podem, muitas vezes, atrapalhar a vida das pessoas. Podemos citar como exemplo o caso de uma pessoa que deixa de fazer determinadas coisas num dia de sexta-feira 13. Acreditar em fatos ou relações sobrenaturais, fantásticas ou extraordinárias e que também não encontram apoio nas religiões ou no pensamento religioso. 
As crendices e superstições, na verdade, são vestígios de um passado remoto, em que o ser humano tinha uma visão mágica do mundo, acreditando que diversos fatores sobrenaturais podiam interferir diretamente no seu dia. Esse modo de pensar foi-se transmitindo, em especial entre as camadas populares, que foram mantidas à margem da evolução do conhecimento científico. São muitas as histórias e fatos em torno das superstições, e segundo alguns religiosos, há conceitos definidos pela Bíblia Sagrada de que o supersticioso não herdará o reino de Deus, ainda que essa superstição esteja fora da temática religiosa. 
Existem muitos livros que podem nos ajudar a entender e até mesmo desvendar este mundo mágico e sinistro das superstições, tanto folclóricas, de Estados do Brasil, doenças, morte, do mundo afora, um livro bastante curioso é o “Superstição no Brasil” , segundo Luis da Câmara Cascudo. É uma reunião em um só volume de três livros importantes que o pesquisador escreveu sobre o assunto. 

Neles, Cascudo fala sobre a origem de 71 superstições encontradas na vida cotidiana do povo brasileiro. Segundo o folclorista "As superstições participam da própria essência intelectual humana e não há momento na história do mundo sem a sua inevitável presença. A elevação dos padrões de vida, o domínio da máquina, a cidade industrial ou tumultuosa em sua grandeza assombrosa, são outros tantos viveiros de superstições velhas, renovadas e readaptadas às necessidades modernas e técnicas". Vale conferir. Então, por via das dúvidas, mesmo as pessoas mais instruídas podem apresentar certos comportamentos supersticiosos. 
O cientista dinamarquês Niels Bohr (1885-1962), que ganhou o Prêmio Nobel de física, mantinha uma ferradura pregada acima da porta de sua casa. Duvido muito que você nunca tenha entrado em uma casa nova com o pé direito ou não bateu na madeira para isolar o azar? 
Algumas superstições já fazem parte do nosso dia-a-dia, e verdade ou não, melhor não correr o risco. Não seria mero abuso da nossa imaginação? Uma cisma ridícula da nossa mente? Prefiro aderir à sábia decisão de Voltaire “A superstição põe o mundo em chamas, a filosofia apaga-as”. 
As superstições, porém, não dizem respeito somente a azar, como também à sorte. Insetos como a joaninha e o louva-a-deus são vistos como portadores de boa-sorte. Fazer pedidos quando se veem estrelas cadentes, jogar moedas em fontes, comer lentilhas ou pular sete ondas no ano novo seriam garantias de realização de desejos. 
Podemos também mencionar as "simpatias", procedimentos ou práticas que podem surtir efeitos extraordinários. Há quem ache que pode conquistar o coração de outra pessoa colocando o seu nome num pires com açúcar e acendendo uma vela. Finalmente, na categoria das crendices e superstições também se enquadram os talismãs e amuletos, que protegem ou trazem boa sorte. 
É o caso das ferraduras, dos pés de coelho, dos ramos de arruda e dos trevos de quatro folhas.


Continua...




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