Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

“Uma voz feminina no mundo do folheto” - Parte II

Quando li sobre George Sand, na verdade era Amandine Lucie Aurore Dupin, baronesa Dudevant, dita George, romancista francesa que nasceu em Paris, França, no dia 1º de julho de 1804, aí me encantei mais ainda, saber que mulher tem papel importante na literatura, ainda bem que hoje em dia não precisamos nos esconder, eu, por exemplo, tenho meu nome de batismo e uso pseudônimo de Sulla Mino, ambos nomes femininos.

Não sou Cordelista, pouco sei desta obra de arte. Quando fizo curso na CEFET-RN, maravilhei-me assim que entrei na sala, no decorrer da aula fiquei um tanto triste por não se comentar sobre a mulher no mundo do cordel. Fala-se de Francisco das Chagas, Raimundo Silva, João Athayde, Antônio Francisco, Xexéu, José Saldanha e outros, se fala no Sebastião Nunes Batista e de Paulo Nunes e nada de falar em Maria das Neves, a primeira mulher escrever cordel em folhetos.

Tive o prazer de conhecer Paulo Nunes Batista, tio avó do meu esposo e passei um bom tempo ouvindo histórias e ele muito me ensinou, orientou-me no meu lirismo poético, ele mora em Goiás. Altimar de Alencar Pimentel, tio também do meu esposo, conversávamos sobre tantos textos, ele muito me orientou acerca de Contos e pediu que eu fosse adiante e me presenteou com vários exemplares de excelentes livros....

Não tenho nenhum berço poético, pouco sei da minha saga, se a tenho nunca estudei. Sei que tenho sobrenome português e que minha bisavó era índia.

Maria de lourdes Nunes Ramalho, também da família, não se esconde em máscara e no seu livro “Raízes Ibéricas, Mouras e Judaicas do Nordeste”, ela também retrata a saga dos Nunes, tudo dentro da árvore genealógica, fala dos grandes nomes literários, além de ser uma grande escritora de textos teatrais.

Saber que Nísia Floresta, Zila Mamede, Isabel Gondim, Maria Eugênia Montenegro... Fizeram alguma diferença. Minhas amigas Shalai, Sol Firmino, Cláudia Magalhães, Ângela Rodrigues, Fátima Feitosa, Nilra Menezes, Heloísa Helena, tantas Marias, Severinas e Joaquinas... Fazem parte de uma geração de mulheres amantes da “escrita” e defensoras dos próprios nomes, já é um alívio, uma maravilha às minhas veias.

Se eu escrevesse nome por nome não dariam neste espaço as tantas mulheres literárias deste nosso Brasil, aplaudo-as, pedindo bis a cada verso, de muito lá atrás para cá tem uma significância em nossas vidas, de uma maneira pouca, de uma maneira muita.

Arte não é só escrever, podemos “rabiscar” na vida de muitos modos e tantas mulheres fizeram feitos para mudar de alguma forma a história, nos tantos livros que hoje podemos ler sobre tais coisas, não nos esquecemos disto. A mulher teve e tem vez.

Maria das Neves faleceu em 1994 com 81 anos de idade. O livro que li me fez refletir no que fomos ou somos, que seremos, no que faremos diferença, no que deixaremos...

Um comentário:

Josselene Marques disse...

Sulla:

Vale a pena esperar pelos seus excelentes textos... Parabéns!!

Ótima semana.
Abraço.

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