Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

Por Sulla Mino...Rumo a Recife

Cheguei! Foi minha exclamação quando me dei conta de que o ônibus já estava no centro da cidade em Mossoró, o carro já tinha passado pelo buraco enorme na pista, isto me fez reconhecer, não só a luz amarela no poste ou o cheiro forte da poeira, reconheci realmente, por sentir dentro de mim, que já estava praticamente em casa.

No começo da viagem, o meu pensamento era somente de chegar naquela bela pousada em Recife e no domingo, para comer ovo de páscoa, mas a coisa tomou um rumo diferente. Foi assim...Depois de termos feito vários reparos no carro, ele estava pronto para fazer uma viagem, prontíssimo para a estrada. Cmte Pimentel teve de fazer um voo, bate volta à Recife, no mesmo dia da nossa viagem, ele acordou 5 da manhã, ironicamente, partiu sem ter absolutamente certeza se voltaria no mesmo dia, voos são sempre imprevisíveis.

Quando nos falamos ao telefone, confesso que fiquei um tanto preocupada, de não mais viajar, de não mais curtir um solzinho em “Boa Viagem”, afinal já eram meio dia e ele ainda estava lá e eu em casa, na tortura mental, com as bagagens prontas, na expectativa.

Recebi um breve ok, Cmte já estava vindo pra casa. Farei a viagem.

Henrique tinha de estar, de novo em Recife, na quinta-feira as 6 da manhã, mais especificamente no Hospital da Aeronáutica para exame anual. Bom, era quarta-feira, duas e meia da tarde quando ele dá as caras em casa, rapidamente arrumamos as malas na mala da Paraty, na verdade apertamos as coisas e tive de aproveitar o momento e tirar uma fotografia, esta proeza não é para qualquer um.

Pé na estrada! Resolvemos não levar lanche e fazer uma parada em Lajes, ganharíamos mais tempo, mais chão.

Uma hora e vinte mais ou menos de viagem, a gente já avistava o “Pico de Cabugi”, quando o carro resolve dar “pau”, acende no painel o “EPC” e ele “morre”, para nosso azar. “Corre amor, pegue o manual”, foi a frase que ouvi lentamente grave e rápida em meu ouvido e assim o fiz, meio desconsertada.

Liga para o seguro, cai na secretária eletrônica, tenta falar com o corretor e o celular fora de área, tenta se comunicar com meu cunhado, com minha amiga Luana da oficina, um amigo, um vizinho, tentativas, tentativas, vontade de fazer “xixi”, o menino no banco de trás com sede, fome, medo do escuro que já estava lado de fora, Oh my God! É assim quando uma família quer viajar, tropeços, desventuras...Muito tempo depois fomos levados a um posto de gasolina para aguardar o reboque, conseguimos sair da pista, já estava escuro e era perigoso, fomos ajudados pelos policiais, muita sorte mesmo. O carro foi rebocado de volta à cidade e nós fomos, com a metade da bagagem e de táxi até a rodoviária de outra cidade, em Natal melhor dizer.

Chegando lá, não tinha mais ônibus, já eram mais de meia noite, todos com fome, o menino cansado.Conseguimos uma carona com uma amigo até o Aeroporto para lugar um carro e de lá seguir viagem para Recife, nem paramos em João Pessoa para descansar, como de “praxe”, fomos direto à Recife, meu filho já estava ansioso em brincar na piscina deliciosa da pousada e aproveitar um pouco de sol na praia de Boa Viagem.

Fomos parados em Blitz, o documento do carro alugado não estava em ordem, meu esposo já ficando atrasado para o exame médico, eram quatro e meia da manhã, esta foi exatamente a hora que chegamos. A piscina em obra, o sol resolveu não aparecer, Recife estava em chuva...Mas, daí já é outra parte da história.

Ninguém merece!

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