Oxente! E por que eu não saberia falar sobre esta guloseima?
Minha mãe é Nordestina e sempre preparou Cuscuz pra gente, principalmente no Domingo, era o prato principal, com direito ao molho de galinha.
Este delicioso prato é mundialmente conhecido. É um prato originário do Maghreb, região do norte de África.
Evidências arqueológicas que datam século 9, mostram que foram encontrados nesta parte do mundo utensílios para o preparo deste prato. Consiste num preparado de sêmola de cereais, principalmente o trigo, mas também pode ser à base de farinha ou polvilho, de milho, arroz ou mandioca. Salgada e levemente umedecida, a massa é posta a marinar para incorporar o tempero.
Pode ser incrementado com outros ingredientes, como é o costume do sudeste do Brasil, ou apenas ir acompanhado de leite, ovos, manteiga ou carne-de-charque, como é a preferência no nordeste. Além do Brasil, o cuscuz também é consumido em outros países da América Latina. Em Portugal acredita-se que chegou no reinado de D. Manuel I (1495-1521), sendo mencionado na obra de Gil Vicente, considerado o primeiro grande dramaturgo português, além de poeta de renome.
Há quem o identifique com o ourives, autor da Custódia de Belém, mestre da balança, e com o mestre de Retórica do Rei Dom Manuel. É frequentemente considerado, de uma forma geral, o pai do teatro português. A grafia francesa couscous, é usada para todas as variações deste prato em livros de culinária europeus. É apreciado em Sahel, países África Ocidental, como o Mali e Senegal.
França, Espanha e Ilhas Canárias, Portugal, Madeira, Itália, Turquia, Bulgária, Grécia, Malta, Chipre, Índia e é comido em muitas outras partes do mundo também. Eu sempre pensei que fosse puramente nordestino este prato, que não encontraríamos mundo afora. Podemos ter seu modo de preparo em vários sites e livros de culinária, dos mais variados tipos, com uma simples manteiga ou inventados por grandes Chefs e servidos em vários restaurantes por aí. Inúmeros nomes e pronúncias de cuscuz existem ao redor do mundo, como Kuseksi na Tunísia e Keskesu usado pelos Tuaregues . Dizem que o Cuscuz veio da cozinha Siciliana, em Roma, Bartolomeo Scappi 's guia de culinária de 1570 descreve um prato árabe, succussu, na Toscana. Uma das primeiras referências ao cuscuz foi na Europa Ocidental, na Bretanha, numa carta datada de 12 janeiro de 1699.
Mas o viajante Jean Jacques Bouchard escreveu de comer isto em Toulon em 1630. Em termos de Vitamina, o cuscuz contém o dobro de Riboflavina, Niacina, Vitamina B6 e Folato, contendo quatro vezes mais Tiamina e Ácido Pantotênico. Em termos de Proteína, tem 3,6 g para cada 100 calorias e 2,6 g para cada 100 calorias de Arroz Branco. Além disso, o cuscuz contém uma 1% relação de gordura-para-caloria, 3% para arroz branco e 5% para macarrão. Curioso: Wassa Wassa é uma outra variedade de cuscuz feito no norte do Togo feito de inhame . Existe uma lenda em torno do Cuscuz, é a lenda urbana em Mossoró, trata-se do “Atormentado do Cuscuz”, contam que esse ser sombrio surge geralmente na boca da noite como uma intensa fumaça de dentro dos fogões quando as donas de casa estão preparando o tradicional cuscuz.
O atormentado aparece, derruba tudo que está por perto, entope as bocas do fogão e exala no local um cheiro forte de palha de coqueiro queimada com querosene. Dizem que este ser era uma alma que não aceitou ser desencarnada de maneira repentina. Ladrões invadiram sua casa, o agrediram e amararam-no em um pé que coqueiro que ficava bem atrás da cozinha da residência. Em um momento de crueldade total os ladrões pegaram o cuscuz que o homem ia jantar e um litro de querosene. Rebolaram o querosene no homem amarrado ao coqueiro, atearam fogo nele e ficaram olhando ele morrer, comendo o cuscuz que ele tinha preparado para o jantar.
Este ser que aterroriza a cidade, fazendo o pessoal ficar com medo de comer cuscuz. Ele era um homem solitário e pacato que residia no bairro da Ilha de Santa Luzia e que só se alimentava deste famoso prato.
Então, é melhor pensar dez vezes antes de comer cuscuz, você meu leitor, não quer correr este risco, não é mesmo? A mentira é que nunca senti cheiro estranho nas cozinhas que conheci em Mossoró e verdade mesmo é a minha saudade no Cuscuz com paçoca na casa da Neidinha!
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