Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

PIPER PA-22 TRIPACER PT-ZUE (Parte I)

Voar é mesmo uma missão interior, um desencadear de emoções, de lembranças...Podemos contemplar nas palavras do Cmte Gama, sentimentos fortes de um momento. Ao ler este belíssimo texto percebi o Poeta que existe dentro de um verdadeiro Piloto.“Emoções de um voo em uma tarde de verão de 2012. Caros amigos, já se passaram nove meses do falecimento do meu querido pai.

Sábado dia 07.01.2012, resolvi passar o final de semana em Campina Grande com minha mãe, e aproveitei para ir ao Aeroclube ver como estava o PT-ZUE que era a paixão do meu pai, pois nos últimos meses de 2011 não pude ir a Campina devido a grande quantidade de voos que fiz na empresa em que trabalho. Só agora no inicio do ano é que teve uma pequena pausa nos voos. Cheguei pela manhã e fui até a loja do nosso amigo Cmte. Ricardo para pegar a chave da avião, pois tinha pedido para que quando ele tivesse tempo desse uma funcionada no motor. Combinamos nos encontrar a tarde no aeroclube.

Ao chegar encontrei seu Louro (guarda-campo) e o amigo Clóvis conversando ao lado do seu Rupert R-11 PP-ZTD. Ao me aproximar do PT-ZUE vi que, devido o hangar está cheio de aeronaves e ele não está voando na constancia necessária, o mesmo se encontrava no fundo do hangar, com os pneus um pouco baixos e um pouco empoeirado. Confesso que não foi uma visão muito animadora. Pedi ajuda a seu Louro e ao Clóvis para calibrar os pneus e retirar os aviões que estavam na frente para poder levá-lo até o pátio, colocar um pouco de combustível e tentar funcionar o motor. Quando estava terminando o abastecimento, Ricardo chegou e ficamos preparando-o para a partida. Lembro que quando estávamos na cabine virei para Ricardo e disse - nós estamos muito otimistas em pensar que depois de alguns meses essa bateria vai ter carga para a partida, demos uma risada e prosseguimos. Master ligado, seletora de combustível no tanque esquerdo, mistura rica, quatro manetadas, freios aplicados, área da hélice livre e lá vamos nós.

Na primeira e na segunda tentativa surpresa, a bateria ainda teve força para quase dar uma volta, então falei - acho que se conseguir que o motor dê uma volta completa ele vai pegar, uma pequena espera e não deu outra na terceira tentativa a hélice passou e o Lyncoming de 160 hp acordou roncando firme e forte. Olhei para Ricardo e vibramos com o acordar da velha garça. Funcionamos por alguns minutos e resolvi taxiar pela pista, pois no momento não tinha nenhuma movimentação de outras aeronaves. Ficamos rolando de uma cabeceira a outra daquela pista de grama, mesma pista que comecei em 1978 dar meus primeiros passos na aviação no curso de PP nos belos P-56-C Paulistinha PP-GVZ e PPHQV.

Em um determinado momento, após ter feito o cheque dos magnetos e observado que o magneto direito estava caindo mais que o normal, resolvi dar toda potencia para checar o desempenho do motor durante a corrida, simulando uma decolagem e ele ficou literalmente nas pontas dos pés, como que dizendo: “eu quero voar meu lugar não é no chão” mas de propósito eu tinha deixado a capa o pitot no lugar para não me animar muito e querer voar de primeira.

Como fazia muito tempo que eu tinha voado o ZUE eu não estava me sentindo confiante e abortei rapidamente a corrida. Na corrida seguinte disse a Ricardo - vou dar um dente de flap, vou tentar tirar-lo do chão voar alguns metro e pousar em frente, então ele falou - tu ta inventando coisa, vou logo apertar o cinto!”

Continua...

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