Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

Crônica por Sulla Mino...Sol na minha vida!

Na manhã de domingo do dia dos pais, eu estava meio confusa e carente. Parei a pensar o que seria este dia pra mim, as intenções dele e como este marcaria mais um ano em minha vida. Quando nasci “há dez mil anos atrás”, meu pai não estava lá e quando cheguei em meu novo lar, estava a minha espera a Sol e me apanhou em seus braços miúdos.

O tempo foi passando, ela me ajudava quando eu tentava dar meus primeiros passos, colocava a chupeta em minha boca. Meu genitor me ensinou jogar sueca, tragar cigarro e beber caracu, fora aquele futebol nos fins de semana, era legal, a pior parte era colocar o uniforme do Botafogo, time preferido dele não o meu.

Enquanto a Sol ensinava a me vestir, pentear e me levava para brincar na rua, brincadeiras de criança, pique pega, bandeira...E final do dia sempre em volta da fogueira com belas cantigas de roda.

Na minha pré-adolescência, eu viajava, embora com amigos mais adultos, eu ia e muito feliz, ouvia as melhores músicas de grandes artistas, lias bons livros que ela emprestava. Tinha deveres da escola, trabalhos e as dicas quando eu tinha de passear com outras pessoas.

Na minha rebeldia de adolescente, a Sol estava lá, eu levava bons cascudos na cabeça, e ela sempre me explicava o porque de eu não poder fazer tais coisas e mesmo quando eu as fazia e por fim chorava, lá estava novamente a Sol, com seu ombro, seu carinho.

Na minha formatura ela tirou lindas fotos, quando eu fui mãe a primeira vez, ela me apareceu na maternidade e perguntou se eu estava bem e sorrimos juntas. Quando eu fui mãe pela segunda vez, ela estava lá novamente, de novo nos olhamos profundamente, ela estava para certificar se tudo corria bem, fazendo seu papel de avô.

Meus recitais, minha dança nos melhores palcos, nas minhas belas coreografias nas tantas bandas que trabalhei e viagens que fiz, ela não pode, sei que não, em outros momentos piores e melhores esteve, pode ter certeza que sim, não nos que sorri, mas no que chorei ela não faltou.

Espero que todos tenham comprado um bom presente para o papai ou simplesmente que estiveram em casa, fazendo companhia ao homem que muda nossas vidas. Eu não pude dar cuecas, meias ou uma caixa de lenço, a Sol não iria gostar. Mas, dentro de mim tenho o melhor presente, as lembranças, as recordações, as saudades e isto sei que não tem preço, não tem folha de presente que cubra. Seria difícil descrever todos os momentos em que ela esteve presente em minha vida e até nos dias de hoje, eu já adulta, ela ame cobre com o seu perfil, como professora, literária, mãe e amiga.

Seria minha irmã meu pai?

2 comentários:

Anônimo disse...

Interessante! Algumas das coisas boas em nossas vidas, sempre tem um anjo da guarda para nos fazer lembrar. Esse seu ajno atende pelo nome de "irmã". e, acredito eu, será sempre assim. Uma bela homenagem, Sulla.
Abraço,s
Raí

solfirmino disse...

Espero ser um SOL sempre.
Obrigada

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