Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

Por Sulla Mino...Acróstico: Sulla






















Sulcos, idéias mortas...

Não sou poeta das melhores palavras

ou de um nome de sucesso,

apenas tenho insônia,

como qualquer insano deste tempo,

tenho argumentos, minhas palavras...

Não sou viajante e de eras modernas,

nem conheci tempos rústicos,

muito menos dialoguei com estranhos.



Um disfarce irônico meu, é vestir uma bata negra...

Sou participante desta cretina pátria e

como migalhas quando deixam cair,

não me sento na mesa dos intelectuais,

sou apenas uma amiga distante.



Lavo a alma todo dia pela manhã,

sou discreta e intrusa, à noite choro,

igual criança com medo do bicho papão,

tenho fome, tenho sede.



Laço colorido envolve meu pescoço,

não sei se sou daqui e se um dia voltarei,

a morte me sonda faz tempo, por isto

troco a máscara todos os dias,

perambulo feito zumbi e falo como um

político novato.



Assim, fui jogada no tempo maduro,

sou criança, apenas uma criança.

5 comentários:

solfirmino disse...

Bela "autopseudobiografia". Fiz um poema com esse nome uma vez, procura...
Descrever-se poeticamente é um otimo exercício. E o bom é que nem sempre somos nós de verdade, esse é o lado bom do eu-lírico.

Ronaldo Monte disse...

Quero estar perto de você para vê-la crescer. Gosto desse tom confessional, mesmo sabendo o tanto de ficção que acompanha nossas verdades e o tanto de verdade que vem dentro de nossas ficções. Um abraço. Rona.

Josselene Marques disse...

Sulla:

Excelente! Estilo inconfundível.
Parabéns!
É sempre um prazer passar por aqui.
Abraço e ótimo final de semana.

Anônimo disse...

Sulla,
um retrato pintado em pinceladas poéticas onde o tempo se transforma em períodos e nos traz marcas de suas andanças. Vestir-se de preto simboliza o curso superior ou a vergonha de viver num país cheio de contraste; viver a alegria de amar, ao mesmo tempo em que pensa na passagem para a eternidade é sentir-se plena com as lembranças e desejar apenas viver o seu primeiro momento. Ser menina e mulher, ao mesmo tempo, é situar-se entre a realidade e o sonho que a poeta, vez por outra, habita o coração e a mente de quem luta, bravamente, pelo seu dia-a-dia. Adorei, Sulla!
Abraço,s
Raí

Mario Rezende disse...

É quase tudo ter consciência do que é?
Para mim você é muito mais do que conhece ser.
É DEMAIS.

Mario Rezende

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