Tenho sede, uma absurda vontade de goles grandes de palavras "malditas" (...)

Poesia por Sulla Mino...Desnudo













Preciso de um tempo ou

o resto da vida para emprestar meu fingir

ao meu pensamento,

amando e não esquecendo,

chorando e sentindo saudade,

dizendo até já e não pensar no adeus...

Empresto lágrimas e palavras,

noites mal dormidas,

punhado e destroço de versos.

Temo meu pensamento aconchegar-se

em alguém anônimo e indiscreto,

intruso e deprimido,

numa aventura louca sob um comando

invisível,

ir no fundo como uma música gospel e

vê uma deusa sangrando...

Palpite do medo, nenhum pensamento

seria tão descalço,

preciso de um pouco mais de tempo,

para rabiscar pavor na minha sombra fardada.

Meu corpo desnudo jogado na poça,

indo à falência,

sinto a chuva caindo lentamente,

tento acordar e não consigo,

tento levantar e não sou forte,

não posso com o meu pensamento, prefiro desistir,

não preciso de tempo algum, nem fingir,

fecho meus olhos

e sei que agora Deus não dorme.

2 comentários:

Mario Rezende disse...

Dispa-se sempre dos seus pensamentos e lance-os para nós. Vamos nos cobrir de rica vestimenta.
Obrigado amiga poetisa por me dar o prazer de te acompanhar.


Mario Rezende

Anônimo disse...

A beleza poética de seus versos me impressiona. parabéns pelo seu pensar, Sulla. Eles emprestam cor e moldam páginas inteiras.
Abraço,s
Raí

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